Por João Batista Alves
O Brasil, mesmo sendo um país em desenvolvimento, tem uma significativa vantagem sobre as grandes nações europeias e os Estados Unidos: o Sistema Único de Saúde – SUS. Isso reitera a afirmativa de muitos técnicos internacionais, que consideram o SUS um modelo por se constituir como um sistema universal de saúde que compreende todo um país.
A situação em que a pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) colocou o mundo todo é uma das mais desafiadoras das últimas décadas. O vírus fez com que os sistemas de saúde de vários países virassem destaques na grande mídia. Em meio à pandemia do novo Coronavírus, a estrutura robusta de acolhimento do SUS é a melhor carta que o Brasil tem em mãos no combate ao vírus.
O Sistema Único de Saúde tem números expressivos. O Brasil conta com 45 mil Equipes de Saúde da Família que atuam em 40 mil Unidades Básicas de Saúde, 4700 hospitais públicos ou conveniados e 32 mil leitos de UTI via SUS. Se o SUS atingiu todas essas proporções foi graças também à entrega diária dos profissionais de saúde. Colocar em prática os princípios da equidade, integralidade e universalidade esbarra, muitas vezes, na falta de recurso suficiente.
Conforme a onda epidêmica vai se tornando comunitária, com a circulação do vírus de pessoa a pessoa dentro do país, o papel do SUS vai se tornando evidente e central. O SUS vai muito além do atendimento a doentes, pois compreende um sistema que articula a rede básica com unidades de urgência, emergência, terapia intensiva e internação. No caso do coronavírus, pode-se perceber essa articulação pelo fato de que muitas pessoas com casos mais leves da doença estão em isolamento dentro das próprias casas, sendo assistidas por equipes e profissionais como os que atuam em unidades básicas de saúde. O investimento nessas redes pode ser chave para que os hospitais e todo o sistema de saúde brasileiro não entrem em colapso.