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Balancete do Goiás apresenta déficit de R$ 69 milhões


Por em 30/04/2025 - 09:36

Goiás tem déficit histórico

Enquanto em 2023 o Goiás apresentou um superávit de R$ 124 milhões, a agremiação esmeraldina fechou a temporada passada com um déficit de R$ 69 milhões. A diferença estratosférica se justifica por conta da negociação de 20% de direitos por 50 anos com a Liga Futebol Forte, que resultou no superávit de R$ 124 milhões apresentados no Balancete de 2023. Mesmo com tanto dinheiro em caixa, o Goiás foi muito mal em campo. Perdeu o campeonato goiano, conquistou a Copa Verde, mas no campeonato brasileiro da série A foi rebaixado. Gastou mal em contratações e não conseguiu evitar a queda para série B, onde se encontra até hoje.

Ano passado o Goiás voltou a errar nas contratações, gastou muito e teve pouco retorno em campo. Acertou quando trouxe Vagner Mancini que fez um bom trabalho, mas foi demitido. Sem o dinheiro que teve em 2023, o Goiás continuou se aventurando em contratações erradas em 2024, só que dessa vez o balancete apresentou um resultado catastrófico: déficit de R$ 69 milhões. Nesse período, o Goiás já estava submetido ao novo estatuto que extinguiu o cargo de presidente executivo para ser comandado por um conselho superior, que até o momento não deu certo.

Devasso e vergonhoso

A partir do mês de junho o Goiás terá um novo líder no Conselho Deliberativo. Dois nomes surgem como alternativa, de um lado, Paulo Rogério Pinheiro já anunciou sua candidatura. Por outro lado, Sérgio Rassi também pretende registrar a chapa de oposição, mas o colégio eleitoral do Goiás não comporta o registro de duas chapas. Uma delas ficará de fora e tudo indica que será Sérgio Rassi o preterido. Ocorre que o modelo eleitoral do esmeraldino foi montado para que a situação não perca a eleição. São apenas 420 Conselheiros com direito a voto e para registrar uma candidatura, a chapa deve ter no mínimo 250 assinaturas. E o grupo situacionista tem esse número, portanto, não sobram votos suficientes para o registro de duas chapas. Segundo Sérgio Rassi, “não tem como existir uma disputa e o Goiás fica sendo essa oligarquia democrática que está aí para todo mundo ver. Só não enxerga quem não quer”, explicou Sérgio Rassi.

Sergio Rassi: período devasso e vergonhoso

Em carta enviada aos sócios proprietários,a oposição destaca que o clube esmeraldino atravessa o período mais vergonhoso de sua história. Há oito anos com o grito de campeão entalado na garganta do torcedor, há dois anos sem sequer chegar à final do campeonato goiano e sem a participação na Copa do Brasil. Somando a isso, a dor da rivalidade, que agora inverteu de lado, com nove jogos sem saber vencer um adversário que outrora não nos ameaçava. Atualmente, o Goiás é a terceira força do futebol goiano em conquistas e resultados positivos, mas a primeira em decepção e resultados negativos no campo de jogo.

A carta do movimento que leva o nome de “Goiás para Todos” ressalta a necessidade de mudanças drásticas e urgentes. A diretoria atual, apesar das boas intenções, tem se mostrado imatura, despretensiosa e despersonalizada das nossas cores e tradições. A carta disse ainda que a oposição não se coloca como “salvadores da pátria” mas como legítimos guerreiros, prontos para, juntos, ouvindo todos, decidirmos de maneira participativa e transparente, o que for melhor para o Goiás Esporte Clube, sem pautas pré-concebidas e sem votações ilusórias.

Paulo Rogério

Paulo Rogerio, mandando “por fora”

Em reunião recente entre os apoiadores de Paulo Rogério Pinheiro, o dirigente situacionista teria dito que não tem a pretensão de ser o presidente do Conselho Deliberativo, mas eleger um nome de sua absoluta confiança e continuar “mandando por fora”, como acontece atualmente. Se for verdade, essa intenção de Paulo Rogério evidencia o que ele e seu primo Edminho sempre gostaram. Mandar sem assumir. Edminho sempre atuou nos bastidores. Assumiu recentemente o Conselho Deliberativo, mas preferiu renunciar e se afastar. Paulo Rogério também assumiu um cargo executivo uma vez mas afirma que nunca mais pretende exercer essa função.

Sem união entre os dirigentes, o Goiás enfraquece a cada dia. A vaidade e o orgulho impedem a unificação das opiniões na direção do Goiás. Ainda nos tempos de Hailé Pinheiro, tudo se fazia para evitar o avanço da oposição. Hailé era muito forte na política esmeraldina e com ele, a oposição não tinha vez. Sem Hailé, o modelo se perpetua. Só tem direito a voto quem apoia a situação, por isso, os nomes oposicionistas não conseguem disputar o poder. Na oposição existem bons nomes, melhores até do que aqueles que estão na situação, mas eles não conseguem se aproximar. Essa é a democracia no Goiás.

Herivelto Nunes

Herivelto Nunes é Jornalista, com Pós Graduação em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching

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