O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), evitou em entrevista ao portal Metrópoles, concedida na tarde desta quarta-feira (26), comentar diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado. Pré-candidato à Presidência da República em 2026, Caiado preferiu destacar o direito à ampla defesa e se esquivou de avaliar se Bolsonaro está fora da disputa eleitoral.
“Vai ser todo o trâmite normal para se julgar uma pessoa com pleno direito à defesa de apresentar todos esses testemunhos e realmente ver qual será o resultado final desse julgamento”, disse Caiado.
Questionado se o ex-presidente seria uma “carta fora do baralho” para as eleições de 2026, Caiado respondeu de forma direta: “De maneira nenhuma eu faço esse juízo de valor. De maneira alguma. Até porque você viu que o Lula é presidente da República”.
Durante a conversa, Caiado também confirmou que lançará oficialmente sua pré-candidatura à Presidência no dia 4 de abril. Segundo ele, após o anúncio, começará uma agenda de viagens pelo país para consolidar seu nome no cenário nacional.
Sobre a possível federação entre o União Brasil e o PP — ventilada nos bastidores de Brasília —, o governador tratou o tema como um debate separado de sua postulação ao Planalto. “São coisas distintas. […] A Federação é um outro detalhe que vai ser discutido em Convenção Nacional. É muito mais complexo para se fazer um diagnóstico antecipado”, afirmou Caiado.
Caiado foi questionado sobre a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou favorável, na manhã desta quarta-feira (26/3), a denúncia que torna réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados dele. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, aceitou na íntegra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e votou por tornar réus todos os denunciados.
Além de Moraes, todos os ministros que compõem a Turma votaram favoráveis. A ordem de votos foi seguida por Flávio Dino e pelo ministro Luiz Fux, que formou a maioria. A ministra Carmen Lúcia também votou favorável e mencionou tentativas de contato frustradas com autoridades do Executivo, seguido pelo ministro Critiano Zanin, que definiu unanimidade no recebimento das denúncias.