Por Redação Tribuna do Planalto em 08/02/2025 - 18:42
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou risadas e especulações ao sugerir, em tom de brincadeira, que seu vice em uma eventual chapa presidencial em 2026 poderia ser um goiano. A declaração foi feita nesta sexta-feira (7), durante o lançamento da Frente Goiana dos Vereadores de Direita (Fegovedi), em Goiânia. O comentário ocorreu logo após a apresentação do ex-deputado federal e atual vereador de Goiânia, major Vitor Hugo (PL), que entrou na brincadeira e admitiu que poderia colocar seu nome à disposição.
“Depois dessa apresentação, acho que meu vice vai ser de Goiás”, disse Bolsonaro, arrancando gargalhadas dos presentes. Mesmo inelegível, o ex-presidente tem demonstrado intenção de reverter a sua situação e se manter como principal nome da direita brasileira para a disputa presidencial de 2026.
Vitor Hugo, por sua vez, entrou no clima e alimentou a especulação. “Eu estava me preparando para ser pré-candidato ao Senado ou voltar para a Câmara dos Deputados, mas depois de uma insinuação dessas… Vamos ver!”, afirmou.
A fala, embora descontraída, lança mais um ingrediente no já conturbado cenário interno do PL em Goiás. A relação entre Vitor Hugo e outros líderes do partido no estado, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL) e o senador Wilder Morais (PL), tem sido marcada por atritos. O principal episódio que acirrou a divisão foi o encontro realizado entre Vitor Hugo, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e Bolsonaro no final de 2023. A reunião, que não constava na agenda oficial de nenhuma das partes, foi interpretada como uma tentativa de Vitor Hugo de costurar uma aliança com o MDB, contrariando os interesses de Wilder Morais, que articula sua candidatura ao governo de Goiás em 2026.
A ala liderada por Gayer reagiu de forma contundente. Ozéias Varão, colega de partido e aliado do deputado federal, chegou a sugerir a expulsão de Vitor Hugo da sigla. Para esse grupo, o vereador se tornou um desafeto político ao questionar a liderança de Morais dentro do partido e apontá-lo como responsável pelo desempenho insatisfatório do PL nas eleições municipais de 2024.
Os aliados de Gayer sustentam que não há um racha dentro do partido, mas sim uma rejeição unânime a Vitor Hugo. No entanto, o vereador segue respaldado por figuras de peso dentro da legenda. Além do próprio Bolsonaro, ele mantém boas relações com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o que faz com que continue sendo um nome influente no partido, mesmo diante das pressões internas.
