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Empregos na construção civil quase dobraram em 2024

Avaliação das contratações com base no Caged, realizada pela Grupom, mostra crescimento expressivo em categorias como serventes e pedreiros, e carência de profissionais qualificados


Carla Borges Por Carla Borges em 16/03/2025 - 08:30

A construção civil  experimentou um crescimento significativo em 2024, em comparação ao ano anterior, evidenciado pela avaliação das contratações do setor, com base nos dados do Caged. O número de admitidos em 2024 no Estado de Goiás (35.281) é 84,8% maior do que o de 2023 (19.090). Em Goiânia, foram 13.424 admitidos no ano passado, 86,2% mais do que os 7.207 do ano anterior.

A análise foi feita pela Grupom Consultoria Empresarial. O crescimento mais expressivo foi na categoria de pedreiros, na qual o número de contratações praticamente quintuplicou. Saltou de 2.827, em 2023, para 13.755, em 2024. “Os dados revelam um aumento geral na contratação de trabalhadores em 2024, em comparação com o ano anterior, demonstrando o aquecimento do setor”, pontua o consultor Mario Rodrigues Filho, fundador da Grupom.

“O aumento foi particularmente expressivo nas categorias de serventes de obras, pedreiros e pintores, indicando um grande número de obras em fase de acabamento”, explica. No entanto, o crescimento na contratação de mestres de obras e carpinteiros foi mais modesto, sugerindo uma possível carência de profissionais qualificados nessas áreas.  

Tendências

O relatório também aponta tendências para o mercado da construção em Goiás. A principal delas é a de expansão do setor, impulsionado pelo crescimento populacional e pela necessidade de habitações e infraestrutura.

A escassez de profissionais qualificados é outra situação com a qual a indústria da construção tem de lidar. O setor também deve investir em novas tecnologias e métodos construtivos mais eficientes e sustentáveis.

Os analistas da Grupom também destacam a importância da sustentabilidade, que está ganhando terreno no setor, com a implementação de práticas e materiais mais ecológicos. Além disso, deve haver foco na inovação, com incorporação em novos modelos de negócios.

Pequenas empresas

A análise dos dados do Caged mostra a força das micro e pequenas empresas também no setor da construção civil: 52,7% de toda a força de trabalho contratada por empresas de construção de edifícios em 2024 foi proveniente de empresas com menos de 100 empregados registrados em suas folhas de pagamento.

Ao aprofundar a análise, os pesquisadores observaram que as microempresas e empresas de pequeno porte, cujos quadros de colaboradores não ultrapassam 20 registros, podem totalizar 1,5 mil.

Além disso, o estudo estima que haja cerca de 5 mil empresas do setor de construção atuando de forma direta ou indireta, por meio de subcontratos. Mais: 8,2% da mão de obra contratada era composta por mulheres. Além disso, 83,1% dos contratados são registrados como pardos ou pretos.

Em 2024, a maioria das contratações ocorreu nas três principais cidades de Goiás: Aparecida de Goiânia, Anápolis e Goiânia, que, juntas, representaram 59,9% do total de mão de obra contratada, enquanto as cidades do interior somaram 40,1% dos novos contratos.

Remuneração

Os dados do Caged mostram que a remuneração média por hora trabalhada se manteve estável na maioria das ocupações, com exceção de faxineiros e serventes de obras, que tiveram uma ligeira redução, possivelmente devido à alta oferta de mão de obra.

Por outro lado, mestres de obras e carpinteiros tiveram um aumento na remuneração, reforçando a hipótese de carência desses profissionais.  

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