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Esposas “tapa-buraco”


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 14/04/2024 - 08:33

Impedidos de sair candidatos a prefeitos, Gustavo Mendanha, por força da lei, e Bruno Peixoto, por forças ocultas, decidiram colocar os nomes das esposas para disputar agora a vaga de vice-prefeitas na chapa governista. Mayara Mendanha se filiou ao PL e aderiu ao discurso do marido de “vamos unir a direita para derrotar o PT”, o que não deixa de demonstrar uma certa fraqueza diante da candidatura de Adriana Accorsi (PT).

Luciene Peixoto, esposa de Bruno, também foi “colocada” na disputa pela vice pelas mãos do marido, que a princípio quer a vaga na chapa de Sandro Mabel (UB), mas Bruno Peixoto tem conversado com todos os partidos e, se ela não for a escolhida da base de Ronaldo Caiado, a negociação pela vaga deve se estender às outras chapas. Luciene adotou um discurso mais político e menos eleitoral: quer fortalecer a participação e a representatividade feminina na política.

Tapar buraco de maridos impedidos de participar de eleição não é novidade para as esposas de políticos. Aqui na região metropolitana, além de Mayara e Luciene, a mulher do senador Vanderlan Cardoso, Izaura Cardoso, foi lançada candidata a prefeita de Senador Canedo em uma articulação que envolveu a troca de partido de Izaura, do PL para o PSD. No município, a esposa de Divino Lemes, Laudeni Lemes também substitui o marido quando ele se encontra impedido de disputar a eleição ou mesmo só para ampliar os cargos eletivos da família.

Há décadas, essa tem sido a porta de entrada de mulheres de partidos de direita na política partidária. Deixam de estar “atrás do grande homem” para substituir o marido em espaços políticos onde ele, por alguma razão, não pode estar.

Apesar de não ser um caminho próprio, não deixa de ser legítimo, porque os homens também lançam mão de padrinhos políticos para adentrar na política. Mas no caso dos homens, na maioria das vezes, eles se apropriam da própria trajetória política, enquanto as mulheres permanecem como uma extensão de seus maridos. Ouso dizer que elas não representam as mulheres na política, mas o próprio clã comandado pelo marido.