O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, deixou a Casa do Albergado na madrugada deste sábado (7), após o Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluir que não havia razões para converter sua prisão temporária em preventiva. A informação foi confirmada pela defesa do ex-gestor, que agora aguarda o desenrolar das investigações.
Pollara havia sido preso no último dia 27 de novembro durante a Operação Comorbidade, que apura supostas irregularidades nos pagamentos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) enquanto ele estava à frente da pasta. Segundo o advogado Thiago Peres, que representa o ex-secretário, a defesa trabalhará para evitar que Pollara seja denunciado, argumentando que não há provas que sustentem a materialidade de um crime.
“O objetivo da defesa é que Pollara não seja denunciado, pois não há provas de materialidade delitiva por parte do cliente. Ao tentar solucionar os problemas da saúde em Goiânia, Pollara acabou perseguido e injustiçado,” afirmou Peres, em nota.
Operação Comorbidade e as acusações
A prisão de Pollara e de outros dois ex-gestores da SMS ocorreu durante uma operação que apura irregularidades na relação da secretaria com fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável por gerir maternidades municipais. O MP-GO acusa o grupo de formar uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos.
A operação também envolveu o cumprimento de mandados de busca e apreensão e a suspensão das funções públicas dos investigados. Durante as buscas, agentes apreenderam R$ 20 mil em espécie na posse de um dos alvos.
As irregularidades apontadas, segundo o MP-GO, agravaram a crise na Saúde municipal, refletindo em situações como a falta de leitos de UTI e mortes de pacientes à espera de vagas.
Defesa nega irregularidades e busca comprovar inocência
A defesa de Pollara alega que as dificuldades enfrentadas pela Saúde em Goiânia têm origem em gestões anteriores e que ele assumiu a pasta em um contexto de crise. “Com mais de 50 anos de carreira e uma gestão reconhecida por eficiência, Pollara veio a Goiânia para tentar contribuir com a melhoria da saúde pública,” afirmou o advogado.
Além de negar qualquer envolvimento em crimes, a defesa destacou que Pollara enfrenta problemas de saúde, incluindo um câncer no rim detectado durante sua internação hospitalar.