O fechamento do CMEI Orlando Alves Carneiro, localizado em Goiânia, motivou a mobilização de pais e responsáveis das 129 crianças matriculadas na unidade. Nesta sexta-feira (25), um abaixo-assinado com cerca de 900 assinaturas angaria apoio na internet como forma de protesto contra a decisão da Prefeitura. Nesta sexta, pais também se manifestam na porta da unidade., que funciona em um prédio alugado há 16 anos.
A página dedicada a colher os apoios menciona que o fechamento da unidade é uma decisão que “afetará demasiadamente a vida de muitos, como um todo” e, segundo as famílias, “destruiria uma comunidade competitiva que investiu anos na criação de um ambiente educacional seguro, acolhedor e eficaz” para as crianças.
Segundo relato de pais, esta sexta-feira é o último dia dado pela Secretaria Municipal de Educação (SME) para que os responsáveis autorizem a transferência das crianças. Em nota, a SME afirmou realiza reuniões com os pais e/ou responsáveis desde quarta-feira (23) e que as transferências estão ocorrendo gradativamente. “Não houve suspensão dos atendimentos de nenhum agrupamento.”
Mobilização
Em vídeo publicado na página do abaixo-assinado, Júlio César pede apoio para “não deixar fechar nosso CMEI porque é muito importante para nossos filhos da região”, disse. “Esse prefeito está fazendo muito coisa ruim, ele está pensando que é a empresa dele”, criticou.
Já Natália, mãe de duas crianças matriculadas na unidade, aparece com uniforme do trabalho e ressalta que é de suma importância que o CMEI continue funcionando, já que é o único de Campinas. “Nossas crianças são 100% amparadas e acolhidas. Eu, junto com outras mães, estou empenhada nessa causa. Diga não ao fechamento do CMEI Orlando Alves”, pediu.
Outra mulher, vestida com uniforme de uma rede de fastfood, pede ajuda para endossar o abaixo-assinado. Na página, há diversos relatos de pais que apontam que a mudança compromete a rotina das famílias, além de gerar insegurança sobre a adaptação das crianças a novas estruturas e equipes pedagógicas.
A Prefeitura argumenta que a medida foi tomada diante de problemas na estrutura física do imóvel. No entanto, vereadores divergem e apontam que o prédio funciona há 16 anos com alvará do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás, que atestou a segurança nos últimos anos.
Reação política
Nas últimas semanas, diversos parlamentares se revezaram em críticas à Prefeitura de Goiânia contra a medida. O vereador Welligton Bessa (DC), que foi secretário de educação na gestão de Rogério Cruz (Solidariedade), apoiou a mudança e disse que as escadas do prédio podem representar risco para as crianças.
A vereadora Aava Santiago chegou a pleitear no Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) medida cautelar para suspender o fechamento da unidade até que o Paço informasse o futuro dos alunos e servidores afetados pela medida.
Katia Maria (PT) realizou audiência pública com pais e funcionários em frente à unidade, nesta quarta-feira (23), em uma tentativa de frear a mudança. Para a vereadora, a decisão é um descaso da gestão com a educação e com a comunidade de Campinas.
Nos bastidores, pais denunciam que foram pressionados a definir unidade de transferência sob o argumento de que o fechamento da unidade seria antecipado pela Prefeitura em razão de pressões políticas.
Resposta
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informa que avaliação recente da estrutura física do prédio concluiu que o local é inadequado para o atendimento infantil.
De acordo com a secretaria, o prédio de três andares não tem espaço externo para atividades e brincadeiras, e conta com apenas uma entrada/saída, gerando alto risco para atendimento de crianças de 1 a 5 anos.
A SME destaca, ainda, que não foi possível abrigar toda a turma em um imóvel que seria cedido e que, por isto, vai remanejar as crianças para outras unidades num raio de 2 km de distância do local.
Segundo a pasta, o Certificado do Corpo de Bombeiros Militar está vencido, o que reforça o objetivo da ação em garantir a segurança e o bem-estar as crianças e servidores.