Prestes a autorizar de vez, por meio de convenção realizada nesta quinta-feira (6), a fusão com o Podemos, o PSDB vive, em Goiás, pelo menos dois momentos: a esperança de uma legenda competitiva para disputar às eleições 2026 e o receio de uma verdadeira demandada geral da legenda, especialmente por parte de nomes ligados ao vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, João Campos e ao deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos) que comanda o Podemos em Goiás.
A este colunista, o presidente nacional do PSDB, ex-governador Marconi Perillo afirmou que a construção da aliança responde à necessidade de fortalecer a competitividade nas eleições que se avizinham. “Chegando mais próximo das eleições, todo mundo percebeu que é preciso juntar com outros partidos. Com o Podemos a coisa avançou mais. Vamos aprovar nesta quinta-feira (6) a autorização da federação ou fusão. Será bom pra todo mundo”, afirmou.
De acordo com Marconi, a boa relação com a presidente do Podemos, Renata Abreu, e o apoio da cúpula nacional da sigla facilitaram o entendimento. “Se isso não acontecer, vamos procurar reativar o diálogo, por exemplo, com o Republicanos. Já conversamos com PSD e MDB. As portas continuam abertas”, disse.
Sobre a futura gestão da nova sigla, Marconi defende um sistema de co-gestão com rodízio entre dirigentes do PSDB e do Podemos até uma convenção definitiva. Questionado sobre como ficará a convivência entre os grupos em Goiás, onde o deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos) é aliado do governador Ronaldo Caiado (UB) e Marconi se posiciona como oposição, o tucano tenta apaziguar. “Eu tenho uma boa relação com o Glaustin, sei que ele é da base do atual governo. Eu não sou e nem serei. Mas não vejo tanta dificuldade. Isso será uma outra oportunidade.”
Nos bastidores, no entanto, o clima é de rompimento. A coluna apurou que Glaustin e seu grupo político, que reúne apoio de 37 prefeitos, sendo cerca de 20 do próprio Podemos, já articulam alternativas para o futuro. Em entrevista recente à Tribuna do Planalto, o deputado foi claro: “Se Marconi for conduzir o partido, eu e nosso grupo teríamos muita dificuldade. Temos aliados no MDB, União Brasil, PL, que também rejeitam esse projeto”, destacou na edição impressa da semana de 11 de maio.
A mesma leitura é feita por João Campos, vice-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-deputado federal, também filiado ao Podemos. “Aqui em Goiás, se isso efetivamente acontecer, a consequência será o nosso grupo deixar o partido. Somos parte da base do governador Ronaldo Caiado. Não há razão para irmos para a oposição só por causa de uma fusão nacional” destacou à repórter Andreia Bahia na edição da semana de 31 de maio.

FOTOLEGENDA: “ERRO GROSSEIRO” | Marconi também reforçou que um “erro grosseiro” que contribuiu com o apequenamento do PSDB foi o partido não ter lançado candidato à presidente da República em 2026. “Desde 1989, o PSDB sempre marcou presença e nós fomos sempre antagonistas ao PT ao longo desse período todo. Em 2022, por uma série de razões e erros, o PSDB deixa de lançar candidato. Eu sempre digo que time que não entra em campo não tem torcida. Partido não pode se omitir. A gente não pode se omitir na vida, imagina o partido. Isso foi um erro grosseiro, fez com que nossa bancada despencasse para treze deputados federais, um senador.”, salientou.
Diálogo amplo
Marconi destaca que, se uma reviravolta acontecer e a aliança com o Podemos não for viabilizada, o PSDB irá retornar ao diálogo com outras siglas partidárias: cita, inclusive, o Solidariedade, MDB, Republicanos e até o PSD.
Ruídos em Goiás
Se isso acontecer, pelo menos em Goiás, o PSDB terá os mesmos problemas que enfrenta com o Podemos: MDB, Republicanos, PSD e Solidariedade estão na base do governador Ronaldo Caiado (UB).
Abriu portas
O Solidariedade, por meio de gestos e palavras, abriu as portas do partido para que Caiado pudesse continuar a construção de sua pré-candidatura a presidência da República, caso o governador não receba apoio do União Brasil. O recado foi enviado diretamente pelo presidente nacional do partido, Paulinho da Força a Caiado no ato do lançamento da pré-candidatura, no começo de abril, em Salvador.
Monitoramento
O governador inclusive, acompanha com lupa o processo de fusão entre PSDB e Podemos. A coluna apurou que Caiado, que também possui bom trânsito com Renata Abreu, pode entrar em campo para evitar que a aliança aconteça. Com Marconi no comando dessa sigla, fatalmente, o governador perderia uma boa estrutura de sustentação em sua base de apoio.
Empréstimo milionário
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou em definitivo, na última terça-feira (3/6), o projeto que autoriza o Governo de Goiás a contratar empréstimo de US$ 90,3 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Investimentos
Os recursos serão usados na terceira fase do Programa de Modernização da Gestão Fiscal (Profisco III), com foco na transformação digital, simplificação tributária, melhoria dos serviços públicos e fortalecimento da governança fiscal.
Reeleição na UEG
O professor Antônio Cruvinel foi reeleito reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) com 65,5% dos votos válidos, em processo que contou com a participação de docentes, servidores e alunos. Atual gestor da instituição desde 2021, Cruvinel é professor do curso de Engenharia Agrícola. Responsável por 33 unidades e cerca de 2 mil servidores, ele diz não ter planejado ser reitor, mas que chegou ao cargo por sua postura proativa.
Al-Qaeda em Anápolis
O vereador Policial Federal Suender (PL) criticou a soltura do MC Poze do Rodo, a quem ele chamou de traficante e marginal, e lembrou o apoio do músico ao presidente Lula (PT). Para o parlamentar, a festa pela soltura do MC foi um “tapa na cara da sociedade”. Ele chegou a citar o Al-Qaeda, dizendo que o MC faria parte do Comando Vermelho que bancava a organizações fundamentalistas islâmicas.
Fantasia
Aliado de primeira hora do ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos), o vereador Dominguinhos rebateu o liberal. Destacou que Suender não discute a cidade e “fica preocupado” com o grupo terrorista Al Qaeda. “Vamos olhar um pouco para nossa cidade? Aqui o seu eleitor, mais de 100 vítimas [do caso Anapolis na Roda], e o Suender preocupado com o que tá acontecendo lá no Rio de Janeiro. Sendo que aqui em Anápolis, o prefeito do seu partido foi citado e possivelmente vai ser investigado a respeito de crime digital na cidade”, destacou.
Máscara Digital
A crítica de Suender aconteceu no dia seguinte à audiência pública que ouviu vítimas de difamação publicadas pelo perfil no Instagram “Anápolis na Roda”, alvo da Operação Máscara Digital e que pode ter, como um dos investigados, o prefeito Márcio Corrêa, do mesmo partido do vereador.
PERGUNTA PARA SUCENA HUMMEL, PRESIDENTE DO CRC-GO
A senhora esteve com o governador Ronaldo Caiado (UB) nesta quarta-feira (4). Como foi o encontro?
Resposta: “Foi uma visita de cortesia para entrega-lo a Medalha de Mérito Contábil, parte das celebrações dos 75 anos do CRC. Destacamos que a classe contábil tem a consciência que pode contar com ele. Agradecemos a ele, especialmente pela atuação firme estimulando o debate em todo o processo da reforma tributária. Foi uma visita que reforçou a parceria do CRC-GO com o Governo Estadual.”