O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, registrou aumento significativo nos acidentes com escorpiões. A unidade do Governo de Goiás, que em 2023 notificou dois casos de picada por escorpião entre dez acidentes com animais peçonhentos, já contabiliza seis casos envolvendo escorpiões entre os 18 atendimentos realizados até junho de 2024. O crescimento preocupa e motiva o hospital a alertar a população sobre os riscos e cuidados necessários.
A médica infectologista Nívia Ferreira, do HCN, destaca que Goiás já ultrapassou 7 mil casos de acidentes com escorpiões em 2024, o que demonstra a gravidade da situação no estado. Segundo a especialista, a informação correta é uma das principais ferramentas de prevenção. “Essa alta incidência em nosso estado reforça a importância de informarmos e orientarmos todas as pessoas sobre os cuidados necessários”, afirma.
Riscos e cuidados
Estudos nacionais também revelam o crescimento do problema. De acordo com levantamento publicado no Frontiers in Public Health, os acidentes com escorpiões aumentaram 150% na última década no Brasil. Entre 2014 e 2023, foram registrados mais de 1,17 milhão de casos, com média de crescimento de 10.363 por ano. As Regiões Sudeste e Centro-Oeste concentram as maiores taxas de letalidade, de 0,08%, conforme o Ministério da Saúde.
Os escorpiões vivem em locais com acúmulo de lixo e sujeira, geralmente nos quintais das casas. A principal manifestação clínica da picada é a dor intensa, mas o perigo é maior para crianças e idosos, que têm maior risco de complicações. “O veneno se espalha mais rapidamente em crianças, e o sistema imunológico dos idosos é mais vulnerável, por isso o atendimento deve ser imediato”, alerta Nívia.
Atendimento imediato
O soro antiescorpiônico é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível em unidades de emergência municipais, como as UPAs. Nesses locais, também há soros para acidentes com cobras e aranhas. “É importante que a população saiba qual é o ponto de referência que fornece esses soros”, explica a médica.
Em qualquer acidente com animais peçonhentos, o atendimento médico rápido melhora o prognóstico. A Secretaria de Estado da Saúde mantém o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), que funciona 24 horas com orientações pelo 0800 646 4350 ou (62) 3241-2723.