Em audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (13), a Justiça manteve a prisão preventiva da esteticista e influenciadora Karine Gouveia e do marido dela, Paulo César Dias. Eles foram presos na quarta-feira em cumprimento a mandado de prisão. Os dois são acusados por uma série de crimes, dos quais se destacam exercício ilegal da medicina, lesão corporal gravíssima, falsificação/adulteração de produto destinado a fins terapêuticos e medicinais, execução de serviço de alto grau de periculosidade, contrariando a determinação de autoridade competente.
Para a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, do 1º Juízo de Garantias da Comarca de Goiânia, que presidiu a audiência de custódia, a manutenção das prisões é necessária diante da gravidade dos crimes praticados pelo casal na clínica de estética que leva o mesmo nome da investigada. Como Karine Gouveia alegou ser mãe de uma criança de 7 anos, a magistrada determinou que o conselho tutelar faça um estudo da situação e que o representante do conselho envie relatório circunstanciado ao juízo para o qual o feito será distribuído e para o Ministério Púbico.
A juíza pontuou que a informação de que a investigada tem filho menor, por si só, “não tem o condão de suportar a revogação da prisão preventiva mormente quando não comprovada à satisfação a dependência do(a) menor em relação a Karine e tão pouco se a investigada reside e cuida da(s) criança (s)”. De acordo com Ana Cláudia, tem sido “corriqueiro” que pessoas aleguem a maternidade, muitas vezes incomprovada na audiência de custódia, com o objetivo de conseguir a benesse e, posteriormente, a investigação constata que a criança sequer reside na comarca de Goiânia ou vive com algum parente.
Crimes
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou 24 vítimas, muitas delas com sequelas graves, como necrose e perda de olfato, após intervenções que usavam materiais inadequados e técnicas ilegais. O casal foi preso em dezembro do ano passado.
Segundo as investigações, a clínica burlava a vigilância sanitária ao realizar cirurgias como rinoplastias e alectomias, que deveriam ser feitas por médicos. Os procedimentos eram anunciados como “reestruturação nasal HD”, atraindo clientes com preços abaixo do mercado. A polícia informou que os profissionais da clínica não tinham habilitação necessária e as condições do local eram precárias, com uso de bisturis cegos e falta de esterilização adequada.
Entre os clientes da clínica estavam famosos como Jacques Vanier, Lucas Guimarães e Felipe Araújo.