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Leandro Vilela reforça discurso de austeridade para base na Câmara

Prefeito de Aparecida destaca “esforço coletivo” com vereadores para resolver problemas da cidade


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 30/03/2025 - 08:42

Leandro Vilela Aparecida de Goiânia - Marcelo Silva

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), manteve o discurso de austeridade na quinta visita que fez aos vereadores, na Câmara Municipal, na última quinta-feira (27). Vilela conseguiu o fôlego inicial para nortear a administração e blindar sua gestão contra as pressões políticas imediatas demonstrando como herança da administração de Vilmar Mariano (UB) uma dívida de cerca de R$ 500 milhões.

Nos primeiros meses, o emedebista conseguiu manter a base sob controle com este discurso de reorganização da casa e, também, ao demonstrar força política com a presença onipresente do Governo do Estado. Ainda em janeiro, houve um mutirão unificado das Prefeituras de Aparecida e Goiânia e do Governo de Goiás, o que abriu para série de agendas e entregas na cidade com a presença do vice-governador Daniel Vilela (MDB), da primeira-dama Gracinha Caiado e de secretários do governo estadual.

A estratégia de Leandro é mudar a relação do executivo com os vereadores após grande participação do parlamento na indicação de cargos administrativos. “O problema do Vilmar é que ele nomeava tudo, dizia sim para todo mundo e prometia até o que não tinha”, afirma um aliado do prefeito.

Nesta semana, o vereador Olair Silva (PRD) declarou, durante sessão, que a administração do ex-prefeito Vilmar Mariano (UB) usou a prefeitura como “cabide de emprego”. “Eu não vou falar que na gestão passada não tinha alguns cabides de emprego. Sim, mas foram mandados embora na gestão do Leandro Vilela”.  A discussão foi provocada depois de o próprio prefeito ter usado este termo, em um evento na cidade, o que melindrou a base. 

Nos bastidores, a informação é de que Vilela está aberto a atender indicações técnicas dos parlamentares, conforme surjam necessidades para áreas consideradas essenciais. No entanto, não há previsão de preenchimento imediato de cerca de 2 mil cargos vagos, sob a justificativa de que a gestão tem otimizado os recursos para o pagamento de dívidas herdadas.

Prestação de contas

Oficialmente, a gestão afasta insatisfações de vereadores e argumenta que eles participam rotineiramente da administração, são atendidos com serviços da prefeitura, e nutrem boa relação com o prefeito. No entanto, sob reserva, vereadores demonstram mais apetite por cargos na administração e tendência de mais cobranças a partir de abril.

Entre o resultado apresentado aos parlamentares por Leandro Vilela, foram destacadas a quitação de R$ 58 milhões da folha de pagamento de dezembro, deixada em aberto pela última gestão, paga em três parcelas pela atual gestão. Também foi mencionado repasse regular ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), pagamento das obrigações assumidas pela Prefeitura de Aparecida para os serviços de zeladoria, e de outras prioridades, além do planejamento para quitação de R$ 40 milhões das rescisões do último mandato.

O ex-prefeito Gustavo Mendanha, que mantém influência administrativa e política na cidade, foi escalado para o encontro, que contou com conversa coletiva e reunião individual com vereadores. Aliado de Vilela, Gustavo soube jogar esse jogo e manteve a Câmara sob controle com indicações estratégicas.

Vilela, por sua vez, começou com um modelo mais técnico e enxuto, defendido aos parlamentares como necessário neste período de transição. 

Embora a avaliação da reunião tenha sido positiva, e a adesão satisfeito às expectativas, a tendência é que Leandro Vilela comece a abrir mais espaço para indicações políticas a partir de abril, quando se completam 100 dias de governo, período simbólico que marca o fim da “trégua” natural a novos gestores.

A primeira fase do governo Vilela foi marcada pelo discurso do caos financeiro e pela necessidade de arrumar a casa. A segunda, que se inicia no próximo mês, será um teste de sua capacidade de articulação política e de consolidação da governabilidade.

O apetite dos vereadores está aumentando, e a habilidade do prefeito em administrar essas expectativas definirá o tom de sua relação com o Legislativo passados os primeiros 100 dias.

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