O Brasil ainda enfrenta altos índices de trabalho infantil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2023, mais de 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil. Dentre esses, 586 mil estavam expostos às piores formas, aquelas que oferecem riscos à saúde, ao desenvolvimento e à moral.
Entre os principais direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão o brincar e o estudar. No entanto, muitos ainda precisam trabalhar para complementar a renda familiar, especialmente em comunidades com altos índices de pobreza. A ausência de escolas em tempo integral, proteção social e atividades lúdicas facilita o ingresso precoce no mundo do trabalho.
A realidade mostra que muitas crianças também assumem tarefas domésticas exaustivas desde cedo, o que contribui para que o trabalho seja naturalizado. Com isso, perdem-se oportunidades fundamentais de convivência, aprendizagem e desenvolvimento pessoal.
Impactos negativos
O Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, foi instituído em 2002 para chamar a atenção sobre uma das mais prejudiciais violações dos direitos humanos. Quando crianças passam a maior parte do dia trabalhando, deixam de estudar, brincar e conviver com outros jovens — e isso traz consequências que podem durar toda a vida.
Entre os principais efeitos estão a evasão escolar, queda no rendimento, cansaço físico e mental e exclusão social. A entrada precoce no mercado de trabalho também costuma se refletir em salários mais baixos na vida adulta e menor qualificação profissional.
Especialistas alertam que combater o trabalho infantil exige uma abordagem coletiva. Oferecer atividades educativas, esportivas, culturais e de convivência é um caminho para prevenir essa violação e garantir que crianças e adolescentes cresçam com mais oportunidades, segurança e dignidade.
Informações: ChildFund Brasil