Última unidade da capital a ser vistoriada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), do Ministério da Saúde, a Maternidade Dona Iris foi encontrada com um corredor interditado desde janeiro por infiltrações e curto-circuito, equipamentos parados por falta de manutenção e entre 500 e 700 cirurgias eletivas represadas nos últimos oito meses.
A auditoria federal foi motivada por denúncia da vereadora Aava Santiago (PSDB) ao Ministério da Saúde, que relatou redução de cerca de 40% nos repasses municipais à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das principais maternidades da capital. Segundo a fundação, os cortes ocorreram sem justificativa técnica ou apresentação de plano de trabalho pela Prefeitura.
Além da Dona Iris, o Denasus vistoriou as maternidades Célia Câmara e Nascer Cidadão. Em todas, foram identificados leitos desativados, equipamentos sem manutenção e redução na oferta de serviços. A auditoria apura o uso de recursos federais e pode resultar em responsabilizações caso sejam confirmadas irregularidades.
“Na Célia Câmara, encontramos uma ala inteira desativada. Leitos que antes estavam em funcionamento pleno hoje estão fechados, mesmo com demanda total. A unidade tem estrutura e equipamentos, mas está operando com metade da capacidade, sem explicação técnica apresentada pela Prefeitura”, relatou Aava.