Uma nova legislação aprovada em Goiânia busca enfrentar a discriminação estrutural de forma direta. A partir de agora, está proibido o uso das expressões “elevador social” e “elevador de serviço” em prédios residenciais e comerciais da cidade. A regra exige a adoção de termos neutros, que não criem distinção entre os usuários.
A iniciativa partiu do vereador Léo José (Republicanos) e foi aprovada na Câmara Municipal. Com a sanção, os edifícios terão de substituir sinalizações e placas que utilizem as expressões vetadas. A Prefeitura ficará responsável pela fiscalização e poderá aplicar sanções em caso de descumprimento.
Segundo o parlamentar, a mudança é mais que simbólica: representa o combate a práticas que naturalizam a desigualdade. Então, ao evitar essa separação no uso dos elevadores, a cidade afirma que todos devem ser tratados com igualdade, independente da ocupação ou aparência.
Especialistas veem na nova medida uma forma de avançar contra barreiras invisíveis no espaço urbano. O advogado Gabriel Barto, que atua na área condominial, explica que a linguagem usada em ambientes coletivos tem impacto direto na cultura. “Essa revisão é uma forma de construir espaços mais democráticos”, diz.
Apesar de debates sobre custos e adaptações, a nova norma segue uma tendência nacional de rever práticas que reforçam exclusão. Acima de tudo, a mudança marca um esforço por uma sociedade mais justa. Afinal, combater a discriminação estrutural também passa por transformar palavras em atitudes concretas.