O prefeito Sandro Mabel (UB) negou que a Maternidade Célia Câmara esteja em processo de fechamento, em resposta à médica pediatra Larissa Lucena. Em uma publicação que viralizou nas redes sociais, neste domingo (13), a médica levantou preocupação sobre a possível desativação da unidade e suas consequências para a rede materno-infantil da capital.
No vídeo, Larissa relatou ter recebido a informação de que a maternidade teria data prevista para encerrar as atividades e afirmou que isso poderia comprometer a assistência às gestantes e recém-nascidos em Goiânia e região. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou não ter planos de fechamento da unidade.
“Chegando em casa agora de um plantão noturno às 7h42 da manhã, com a notícia muito triste de que uma maternidade de Goiânia irá fechar. Então, esse vídeo é de alerta para as pessoas entenderem o que está acontecendo”, disse a médica.
“Goiânia tem quatro maternidades que trabalham no limite: Dona Iris, Célia Câmara, Nascer Cidadão e Maternidade Estadual do Mulher. Já trabalhei ativamente nas quatro. A notícia que temos é de que a Célia Câmara tem data breve para fechamento. Isso é muito perigoso”, completou.
Segundo Larissa, a cidade não comportaria o atendimento com apenas três maternidades públicas. “Saí agora da Maternidade Estadual do Mulher deixando seis bebês aguardando vagas de UTI dentro do centro cirúrgico. Isso com a Célia Câmara ainda em funcionamento. Imagine sem ela.”
Em resposta, Sandro Mabel utilizou sua conta no Instagram para desmentir a informação e rebater o conteúdo do vídeo. Ele afirmou que a gestão municipal tem ampliado os serviços da unidade e classificou a afirmação como inverídica.
“Esta notícia é mentira. Acabamos de abrir, na Maternidade Célia Câmara, mais 10 leitos de UTI para as mulheres. Não existe nenhum plano de fechar a maternidade até hoje”, declarou o prefeito. “Escrevi no Instagram desta senhora médica pedindo que ela se retratasse e parasse de espalhar boatos mentirosos. Peço a mesma coisa a outros perfis que estão ajudando a espalhar mentira sem checarem a fonte e a veracidade”, completou em um instagram de notícias.
Mabel também destacou que está aberto a críticas, mas que não aceita a propagação de conteúdos falsos. “Sempre estou aberto a críticas e sugestões. Agora, mentiras eu não posso aceitar”, escreveu. “Temos trabalhado 24 horas por Goiânia e eu destino todos os meus salários, até hoje, 100%, para a compra de insumos para a saúde.”
Contrato
A repercussão acontece em meio a negociações entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de algumas maternidades.
A administração municipal anunciou a intenção de reduzir em 40% o valor dos contratos, justificando que os custos de procedimentos, como parto, estariam acima da média.
A Fundahc contesta a informação e afirma que os valores estão de acordo com parâmetros nacionais.
Nota da Secretaria Municipal da Saúde:
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que não há plano de fechamento da Maternidade Célia Câmara. A pasta trabalha, em conjunto com a Fundahc, na reestruturação dos serviços nas maternidades municipais de acordo com a demanda por atendimento.
Na Maternidade Célia Câmara, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, UTI Neonatal, Unidade de Cuidados Intermediários (Ucin) e Ucin Canguru não serão alterados, e os casos de maior complexidade serão atendidos na unidade via regulação.
Os atendimentos de urgência e emergência serão redirecionados às maternidades Dona Íris – que terá o perfil de atendimento ampliado para assistência à gestantes em todos os níveis de complexidade – e Nascer Cidadão. A medida permite a sustentabilidade financeira dos convênios celebrados entre a SMS e a Fundahc, evitando a paralisação dos serviços e o constante acúmulo de dívidas com a fundação, que ocorria na gestão anterior.
A atual gestão pretende reorganizar os contratos para que o Hospital e Maternidade Célia Câmara seja eficiente e ofereça mais atendimentos, como acontece no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), do Governo de Goiás, que com o mesmo investimento mensal realiza 90% a mais atendimentos do que a unidade municipal.
– Foram investidos R$10 milhões mensais em 2024 no Hospital e Maternidade Célia Câmara, que realizou entre janeiro e novembro, 11.955 atendimentos ambulatoriais e 6.052 procedimentos hospitalares.
– Foram investidos R$9 milhões mensais em 2024 no Hospital Estadual da Mulher, que realizou entre janeiro e novembro, 98.434 atendimentos ambulatoriais e 9.309 procedimentos hospitalares.