A Santa Marta Distribuidora de Drogas Ltda. entrou com pedido de recuperação judicial. A ação foi protocolada no final da tarde da quarta-feira, 15, no Foro de Aparecida de Goiânia. Esta é a segunda vez que a rede de farmácias que atua há mais de 50 anos em Goiás e no Distrito Federal recorre à recuperação judicial.
A primeira foi em 2010 e o processo foi encerrado pela Justiça em março de 2014 depois que todo o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores foi integralmente cumprido. O advogado da rede Santa Marta, Sérgio Crispim, acredita que as expectativas são boas em relação à possibilidade de aprovação do pedido pela Justiça e à recuperação da empresa.
“Temos uma equipe bem preparada e aguardamos a decisão da Justiça para definir os próximos passos”, afirmou o advogado. Ele adiantou que os trabalhadores terão prioridade durante o processo de recuperação judicial, assim como toda a cadeia de fornecedores e distribuição. “Isso, além de outros ajustes que certamente vão surgir bons efeitos”, explicou. Crispim pondera que a rede Santa Marta tem nome consolidado e é tradicional. “Vamos chegar ao ponto da virada logo, logo”, acredita.
Com o pedido, a empresa mantém 45 lojas em funcionamento, em Goiás e no Distrito Federal. Foram fechadas 180 um nodades e demitidos 350 trabalhadores. Em nota, a empresa ressaltou que sempre prezou pela transparência e cuidado com seus consumidores e colaboradores. “Sendo assim, comunicamos que a única saída plausível para a manutenção dos empregos diretos e indiretos, atendimento aos clientes e proteção a todas as partes envolvidas (stakeholders), é a solicitação ao Poder Judiciário do auxílio legal da recuperação judicial”.
Para auxiliar esses ex-colaboradores em relação a qualquer dúvida que tenham, a rede informou também que disponibilizamos um serviço de atendimento a eles, que pode ser acessado pelos telefones (62) 3239 4137 / 3239 4296.
Nota nota, a empresa informou que “resiliente, está otimista de que a situação adversa será superada”. Acrescentou que já elaborou todo o plano de operação e, nos próximos 90 dias, concluirá toda a reestruturação.
Crise
O advogado da rede explicou que a empresa vinha enfrentando dificuldades financeiras desde a pandemia. “O setor farmacêutico passa por dificuldades em todo o país, temos grupos grandes e famosos em situação difícil”, explicou. Muitos deles também entraram com pedidos de recuperação judicial, diante do quadro de dificuldades.
Crispim acrescenta que, no ano passado, quando se preparava para uma reação, a empresa precisou de mais crédito juntos fornecedores. Porém, o fato de outros grupos de distribuição de medicamentos também estarem em crise levou à redução do crédito e ao aumento da inadimplência. A empresa ressaltou que a maioria dos postos de trabalho será mantida. “Em breve, esperamos retomar o crescimento, e para tanto a empresa já elaborou todo o plano de operação com o tamanho e formato que deverá passar a operar”, informou.