Fabiola Rodrigues
A metodologia de ensino Kumon tem se tornado cada vez mais escolhida entre os pais para ajudar os filhos a se desenvolverem nas matérias essenciais para os estudos, que são Português e Matemática, visto que durante a pandemia os dois conteúdos estão disparados em déficit de aprendizagem pelos alunos.

A orientadora do Kumon Pollyanna Benetti conta que este é um método muito eficaz para ajudar no desenvolvimento de crianças e adolescentes que encontram alto grau de dificuldade para aprender Português ou Matemática. Segundo ela, o formato de ensino não é uma espécie de aula ou reforço de atividades escolares, mas uma metodologia prática que facilita o aprendizado do estudante.
Pollyanna explica que esse método visa incentivar na criança a autonomia nos estudos, buscando fortalecer o potencial de aprendizado de cada um. Por meio de um processo planejado e individualizado, o aluno se torna confiante e capaz de enfrentar sozinho o desafio da conquista do conhecimento.
O primeiro passo quando o pai leva o filho para fazer Kumon é o diagnóstico da escola, que aponta qual o grau de defasagem que o aluno apresenta em relação às disciplinas de Português ou Matemática, para então auxiliá-lo nas etapas do aprendizado.
“Trabalhamos com ilhas e vamos guiando cada aluno no seu ritmo. É importante não criar um tabu sobre o método de ensino, porque tem que se entender que cada um aprende de uma maneira e todo método tem sua eficácia”, diz a orientadora.
O método individualizado visa desenvolver conhecimento, foco e raciocínio por meio de tarefas diárias e rotineiras. “A repetição da escrita, do visual, faz com que o aluno tenha um estímulo dobrado. São pesquisas que revelam isso. Tem estudante que não precisa ficar repetindo tanto, outros já necessitam, depende da dificuldade. Em Português, por exemplo, tem muita leitura e interpretação de texto”, conta Pollyanna Banetti.
Segundo a orientadora, quem é contra o Kumon não entende que o estímulo repetitivo serve de incentivo para aprender. Pollyana conta que tem muita vontade de poder dar palestra em todas as escolas explicando como de fato funciona o método. Ela frisa que a mudança de comportamento de quem faz uso da técnica é nítida. “Tem aluno que estuda 20 minutos por dia, não queremos forçar a mente dele. Sempre respeitamos o tempo de aprendizado de cada indivíduo”, diz.
Em contrapartida, observa a orientadora, os pais devem estimular nos filhos, desde cedo, o gosto pela leitura, a escrita, pelos cálculos. “Isso ajuda muito lá na frente”, atesta.
Experiência
Vanessa Pereira colocou o filho dela para fazer Kumon, já que ele estava com grandes dificuldades para fazer cálculos. Eduardo, com 8 anos, não conseguia fazer contas.
“Depois que ele começou o acompanhamento, perdeu o medo e a dificuldade com os números. É claro que teve o esforço da parte dele de estudar bastante, tinha muita repetição, mas o ajudou muito”, relata.
A estudante Ingrid Vasconcelos, de 13 anos, está cursando o 8° ano e atualmente faz Kumon em matemática. A dificuldade era persistente, mas relata já ter melhorado muito o temor que tinha dos números.
“Percebo muita diferença em mim. Era bem complicado as aulas de matemática, não entendia. Agora acho super fácil aprender, bem tranquilo, quero continuar fazendo”, diz.

“Não sou a favor de métodos que proporcionam repetição,
não ensinam de fato”
A especialista em Matemática Silmara Epifânia diz que o lado negativo do Kumon é que ele só repete exercícios. Ela explica que o ensino-aprendizagem não é decorar e nem repetir, principalmente os conteúdos tão fundamentais como Português e Matemática.
“O Kumon não trabalha o raciocínio, mas a repetição. Para mim não tem verdade em dizer que ele desenvolve o pensamento lógico, porque matemática, inclusive, trabalha com o desenvolvimento do raciocínio, não é apenas somar, subtrair, multiplicar”, pontua.
A especialista frisa que trabalhar a lógica do raciocínio com o estudante é fundamental para ele se tornar uma pessoa desenvolvida, já que espaço e localização também são matemática. Ela reitera que as pessoas que ficam presas nos cálculos não aprendem.
“Até mesmo nas brincadeiras o estudante pode aprender, ele não pode ficar limitado. A melhor forma de aprender não é por repetição e o Kumon aposta nisso”, ressalta.
A especialista observa que os pais podem ajudar o aluno a pensar em tudo como meio de aprender. Para ela, atividades lúdicas são ferramentas fundamentais para ajudar a criança a se desenvolver. “Não sou a favor de métodos que proporcionam repetição, não ensinam de verdade”, diz.