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Políticas agrícolas em Goiânia é estratégico!


Rodrigo Zani Por Rodrigo Zani em 22/10/2024 - 06:00

Goiânia ainda não possui uma Secretaria Municipal de Agricultura para desenvolver políticas essenciais em sustentabilidade e segurança alimentar.
Goiânia ainda não possui uma Secretaria Municipal de Agricultura para desenvolver políticas essenciais em sustentabilidade e segurança alimentar. Foto: Canva

Goiânia é a capital de todos nós goianos e tem localização estratégica para o agronegócio brasileiro em uma das maiores regiões produtoras de grãos e proteína animal do Brasil. Muito estranho que no organograma da Prefeitura Municipal não tenha uma Secretária da Agricultura para desenvolver políticas agrícolas focada na proteção do meio ambiente, desenvolvimento tecnológico e segurança alimentar. Precisamos discutir o assunto!

As sedes administrativas das principais entidades representativas do agro em Goiás estão localizadas em Goiânia, refiro-me à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG e a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura – SGPA. Além mais a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás – SEAPA e seus órgãos jurisdicionados também têm suas sedes administrativas sitiadas em Goiânia. O Ministério da Agricultura – MAPA e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar – MDA e seus órgãos jurisdicionados tem sede em Brasília (duas horinhas de Goiânia) e representação na capital goiana. Quase 20.000 hectares são destinados à produção rural em Goiânia. A avenida Castelo Branco, recentemente rebatizada de Agrovia Iris Resende, é destino certo de boa parte dos produtores rurais goianos. Centenas de agroindústrias operam em Goiânia. Os números demonstram que milhares de goianienses dependem do agro e como a Prefeitura não tem ainda um órgão central que desenvolva essas políticas agrícolas? Não dá pra entender!

Em tempos de crise climática o agro tem papel fundamental no debate sobre tecnologia e sustentabilidade. Um órgão municipal goianiense que proponha e aplique políticas agrícolas sócio-ambientais terá papel estratégico não só em Goiânia mas em todo o Estado afinal de contas a gestão na capital, se bem feita, serve de exemplo e modelo para todas as cidades de Goiás e até do País. A Prefeitura de Goiânia não pode ficar omissa à esse debate e à essas políticas públicas.

Segundo dados do próprio IBGE a agricultura familiar representa cerca de 70% da produção de alimentos para o povo brasileiro. A prefeitura de Goiânia pode estimular com políticas públicas a promoção da agricultura urbana, sobretudo nas periferias, com foco na produção de alimentos para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e ainda proporcionar a geração de emprego e renda para famílias goianienses que queiram atuar no agro dentro da cidade.

A Universidade Federal de Goiás – UFG, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária – EMATER estão em Goiânia e na região metropolitana e podem atuar de maneira direta, dado a logística, com uma Secretária de Agricultura Municipal na promoção e estímulo da pesquisa científica agropecuária. Quanto mais ciência também haverá maior proteção do meio ambiente e alimentos saudáveis!

O agro é de fato a locomotiva da economia brasileira, a cada R$3,00 de riquezas gerados nesse País R$1,00 vem do agro, responsável direto por 33% do Produto Interno Bruto – PIB, 42% das exportações brasileiras vem do agronegócio e 37% dos empregos gerados no Brasil são do agro. O agro é patrimônio nacional brasileiro!

Com esses números, localização estratégica e modelo para Goiás e o Brasil, Goiânia não pode ficar fora dessa. Precisamos de uma Secretaria Municipal de Agricultura em Goiânia já!

Rodrigo Zani

É Secretário de Formação Política da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar do Brasil - UNICAFES

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