Segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Governo Federal, a diferença salarial entre homens e mulheres em Goiás recuou 0,15% desde a última edição da pesquisa, em setembro de 2024. Atualmente, mulheres ganham em média 22,55% a menos que homens no estado. A média salarial feminina é de R$ 2.999,13, enquanto a dos homens é de R$ 3.872,35.
O estudo analisou dados de 1.507 estabelecimentos goianos. Apesar do leve avanço local, o cenário nacional aponta um retrocesso: a diferença entre os salários de homens e mulheres subiu 0,18% e chegou a 20,87%.

Desigualdade racial e avanço na participação de mulheres negras
A disparidade é ainda maior quando se observam os recortes raciais. No Brasil, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.864,39, enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06 – uma diferença de 38%. Em Goiás, essa diferença é de 30,1%: mulheres negras têm renda média de R$ 2.659,43, e as não negras, R$ 3.804,11.
Apesar do cenário desigual, houve crescimento de 18,2% na presença de mulheres negras no mercado formal, com aumento de 3,2 para 3,8 milhões de trabalhadoras.
Funções e desigualdade
Mesmo em cargos de maior qualificação, as mulheres seguem em desvantagem. Diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens. Entre profissionais com formação superior, a proporção é de 68,5%. Trabalhadoras de serviços administrativos ganham 79,8% do que é pago aos homens.
Destaques por estado

Os menores índices de desigualdade estão em Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%). Os maiores estão no Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).
Plano Nacional e nova legislação
O relatório é parte das ações da Lei nº 14.611/2023, que obriga empresas com mais de 100 empregados a garantir igualdade salarial. A legislação exige transparência, canais de denúncia, programas de inclusão e fiscalização interna. Nesta semana, o Governo Federal também lançou o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, que vai até 2027, articulando onze ministérios.
Foi apresentado ainda o Guia para Negociação Coletiva, com orientações para combater desigualdades salariais, e lançado o Movimento pela Igualdade no Trabalho, que reúne empresas e organizações em prol da equidade de gênero no ambiente profissional.