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A candidatura invisível


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 20/04/2025 - 13:00

A candidatura invisível ao Senado (Foto: Imagem gerada por Inteligência Artificial)

Enquanto os olhos da política goiana estão voltados para a escolha do vice de Daniel Vilela, uma outra disputa — mais discreta, mas não menos estratégica — começa a se desenhar: a corrida pelo Senado em 2026. Com duas vagas em jogo, o que se articula por fora dos holofotes é, na verdade, um xadrez de alto risco.

Nos bastidores, há quem diga que a vaga está sendo “segurada”. A primeira-dama Gracinha Caiado tem circulado como pré-candidata, com respaldo institucional e presença constante em agendas de governo, especialmente ligadas à área social. Mas aliados próximos afirmam: o nome dela mantém o espaço reservado para o governador. Se Ronaldo Caiado não decolar na corrida presidencial, o Senado pode ser a alternativa natural para seu retorno ao Congresso — e uma forma de manter protagonismo nacional mesmo fora do Planalto.

Outro personagem que orbita essa disputa é o ex-senador Demóstenes Torres. Ele esteve muito próximo de se filiar ao PL, surfando a onda da anistia que reacendeu pontualmente seu capital político. Mas a temperatura do tema esfriou e, com ela, a força de sua entrada no partido de Bolsonaro. Sem legenda, Demóstenes tenta reconfigurar sua rota, ainda com forte apelo entre setores conservadores, mas precisando de uma estrutura que banque seu nome diante de adversários com mandato e visibilidade ativa.

Nos cálculos mais pragmáticos da base caiadista, a vaga ao Senado não está dissociada do tabuleiro nacional. Se Caiado for mesmo à disputa pela presidência, o espaço pode ser usado como moeda de negociação política, dentro ou fora do União Brasil. Se desistir, vira alternativa pessoal. Gracinha, nesse cenário, tanto pode disputar quanto pode apenas manter o lugar aquecido.

Para muitos analistas, o Senado permanece como uma caixinha de surpresas. É tradicionalmente a última escolha do eleitor no momento do voto, o que abre margem para reviravoltas. O deputado federal Gustavo Gayer (PL), por exemplo, aparece hoje como favorito em algumas projeções, mas pode sequer estar nas urnas em 2026. Enfrenta processos que podem levá-lo à cassação ou à inelegibilidade. O senador Vanderlan Cardoso observa atento à todo esse processo. Kajuru também. Até mesmo o ex-deputado federal e vereador por Goiânia, Vitor Hugo que já trocou farpas com a cúpula liberal vê com lupa o processo. Com Gayer fora do jogo, tudo muda. O campo, por ora, segue aberto — e a candidatura invisível continua em movimento.

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