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Vila Nova com problemas no caixa: “Torcedor não participa”

O Vila tem potencial para ter pelo menos 20 mil sócios torcedores adimplentes, mas não chega a 5 mil


Herivelto Nunes Por Herivelto Nunes em 08/05/2025 - 09:15

Hugo Bravo revela dificuldades financeiras no Vila

Em entrevista coletiva após a vitória sobre o Athletic em Belo Horizonte, o presidente do Vila Nova, Hugo Bravo, revelou que o campeão goiano está com dificuldades financeiras. O dirigente se mostrou decepcionado com o pequeno número de sócios torcedores e por isso precisará recorrer à venda de atletas para equilibrar as contas e levar o clube até o mês de dezembro. Hugo disse ainda que tinha uma expectativa de três milhões a mais no direito de transmissão, o que acabou não acontecendo. “É uma perda significativa, somos um dos quatro ou cinco clubes com os menores orçamentos da série B.

Hugo Bravo também demonstrou grande decepção com o pequeno número de sócios torcedores do Vila. Não chega a cinco mil, mesmo com a excelente campanha na série B e a conquista do título de campeão estadual. A torcida do Vila Nova, uma das maiores da região centro oeste, deveria ser mais presente na vida do clube. O Vila tem potencial para ter pelo menos 20 mil sócios torcedores adimplentes, mas não chega a 5 mil, uma vergonha. A arrecadação nas bilheterias também tem sido desanimadora. O time corresponde em campo, mas na hora do jogo, nem cinco mil pagantes comparecem ao OBA.

Torcedores reclamam dos estádios

Os torcedores do Vila ouvidos em pesquisas realizadas pelas emissoras de rádio afirmam que diversos fatores contribuem para o desinteresse em ser um sócio torcedor. Estádios ruins, muitos anos sem um título estadual, time que sempre decepciona na hora de conquistar uma vegana série A, dificuldades financeiras e poucas vantagens em ser sócio torcedor. Enfim, cada um com suas justificativas, mas a verdade é que, em comparação a outros clubes do mesmo porte no cenário nacional, o Vila Nova está muito abaixo.

Mas em se tratando de futebol goiano, a baixa adesão dos torcedores não é um privilégio do Vila Nova. Goiás e Atlético também tem número de sócio torcedores muito aquém de suas tradições. O Atlético, menos de três mil, o Goiás, um pouco mais de oito mil sócios torcedores. Nas arquibancadas, sempre um número entre quatro e cinco mil torcedores. É muito pouco. Torcedores do Goiás reclamam do baixo nível técnico do time há vários anos. Alguns não esquecem a derrota para o Santos no Serra Dourada. O time esmeraldino dependia somente de suas forças para garantir a vaga na Libertadores, mas perdeu por 3 a 0. Era a última rodada do campeonato brasileiro e o Goiás não se interessou pela competição internacional, pois naquela oportunidade, dirigentes do Goiás defendiam o pensamento de que a Copa Libertadores da Américas era deficitária. Outros não “engoliram” quando a diretoria do Goiás abriu mão da conquista do campeonato goiano dizendo que essa competição não interessava ao Goiás. Aí o torcedor tem razão, time de futebol vive em função de conquistas. Como abrir mão de qualquer uma delas?

O Atlético nunca teve um grande número de sócios torcedores. Não é uma tradição no Dragão. Mas poderia ser melhor. A torcida atleticana, assim como a esmeraldina e a vilanovense, são duras na cobrança quando os times não alcançam bons resultados em qualquer competição, mas são arredias quando o assunto é colaborar com o time de seu coração. Hugo Bravo enfatiza que não está pedindo colaboração financeira, pelo contrário, está oferecendo planos vantajosos para os torcedores que acabam pagando menos para assistir aos jogos de seu time, optando pelos planos de sócio torcedor.

O “grito de socorro” de Hugo Bravo chegou mais cedo esse ano. Nas últimas temporadas, o Vila chegou no fim dos campeonatos em condições de conquistar uma vaga na série A, mas faltou condições financeiras na reta final. A impressão que fica é que o ano vilanovense termina em setembro, a partir daí, é um desespero conduzir o clube até o mês de dezembro. Nos últimos meses do ano é que um clube de futebol mais precisa de recursos. Quando se decide uma vaga, as despesas com premiação aumentam, chegam os compromissos com décimo terceiro e férias na folha de pagamento. O resultado desse quadro é que nos momentos decisivos, o Vila não tem mais forças para alcançar o acesso. Esse ano a história parece se repetir. O Vila é o líder da série B, mas faltam ainda muitas rodadas para o final da competição. É preciso ter muito dinheiro no caixa para bancar essa grande estrutura e festejar o objetivo alcançado no fim do ano.

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Herivelto Nunes

Herivelto Nunes é Jornalista, com Pós Graduação em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching

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