Questionado sobre a sua constante presença nas baladas brasileiras e européias, Neymar Jr. foi enfático em afirmar que não deixaria de aproveitar sua juventude depois de ter conquistado tudo que havia conquistado, ou seja, iria jogar futebol, mas não abriria mão dos atrativos da noite. O ser humano tem o livre arbítrio para fazer suas escolhas, mas tem também a responsabilidade de arcar com as consequências dessas escolhas. Neymar vive como quer viver, talvez por isso nunca foi eleito o melhor jogador do mundo. E dificilmente será.
Recentemente três jogadores de clubes goianos tiveram seus contratos rescindidos por atos de “indisciplina”. Matheus Gonçalves, atacante contratado pelo Goiás na última janela de contratações, apresentou um atestado médico ao clube e foi flagrado na noite de Pirenópolis. Contrato rescindido. No Vila Nova, enquanto a torcida amargava a goleada de 4 x 0 diante do Ceará em Fortaleza, o zagueiro colombiano Juan Quintero e o volante João Vitor também foram vistos em atividades noturnas não condizentes com suas responsabilidades enquanto atletas profissionais do time colorado. Tiveram seus contratos rescindidos.
O assunto não é recente, nem novidade no futebol brasileiro. Em Goiás nunca foi diferente. A rotina de um jogador de futebol profissional inclui treinamentos diários, jogos, viagens, sessões de estudo tático, gestão rigorosa da dieta e do descanso. Para atingir seu pleno potencial o atleta profissional precisa dormir entre 9 e 10 horas por noite. Dormir bem é comprovadamente benéfico para a performance física em praticamente todas as modalidades esportivas.
A noite goianiense é uma “perdição” para os jogadores, principalmente os endinheirados que atuam nos clubes da capital. Conhecida como uma das cidades com maior número de bares e boates, Goiânia ainda leva a fama de ser a capital onde se encontram as mulheres mais lindas do Brasil. Aí fica difícil manter jogadores em concentrações ou em suas casas. Quando vislumbram uma oportunidade, se entregam aos braços de “Baco”, o deus do vinho e da noite.
É um alerta para os dirigentes dos clubes. Contratar jogadores rodados e com situação financeira definida é risco de prováveis problemas disciplinares. Jogadores disciplinados e verdadeiros profissionais são raros, como foi Pelé e como ainda são Cristiano Ronaldo e Messi. Por isso é importante investir na formação do próprio atleta nas categorias de base. Não basta ser um craque da bola, tem que ser homem de bem, profissional ciente de suas responsabilidades diante da profissão que escolheu.