Goiás e Atlético Goianiense terão cerca de vinte dias para “sacudir a poeira e dar a volta por cima” antes do início da série B do campeonato brasileiro. Depois da frustração da eliminação nas semifinais do goianão, as duas equipes preparam uma reformulação em seus elencos, com demissões e contratações visando a busca pelo principal objetivo da temporada que é o acesso para a série A do campeonato brasileiro em 2026. Uma das maiores dificuldades a serem superadas por Goiás e Atlético, é o abatimento. O Atlético sonhava com o tetracampeonato e a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. Nada disso aconteceu. O Goiás tinha como objetivo a reconquista da hegemonia do futebol goiano e a classificação para a Copa do Brasil do próximo ano. Não deu. O Goiás sonha com essa vaga, no jogo de volta desta quarta-feira contra o Brasiliense no Estádio da Serrinha.

Após duas eliminações seguidas no curto espaço de quatro dias, o Atlético volta suas atenções para a preparação visando a série B. Adson Batista contratou a nova comissão técnica comandada por Flávio Tencati que já prepara um calendário de treinos fortes para melhorar o desempenho da equipe, que ainda não agradou neste ano. Enquanto a comissão técnica tenta ajustar o time, a diretoria vai fazer alguns ajustes no elenco de profissionais. Adson Batista não citou nomes, mas alguns jogadores estão muito desgastados com a torcida e parte da imprensa. O Atlético tem 35 atletas no elenco e deve emprestar ou liberar aqueles que estão fora dos planos da comissão técnica para a série B. O clube está no mercado para contratar reforços e fala em nomes como o boliviano Miguelito, do Santos e o meia atacante Matheus Bianqui, que está no Coritiba. Existem outros clubes interessados nesses dois jogadores, fator que pode impedir a vinda de ambos para o Dragão.
O Goiás tem muito trabalho pela frente, se quiser fazer esse time jogar futebol em 2025. O desempenho do esmeraldino foi considerado pífio no campeonato goiano, sendo eliminado na semifinal pelo principal rival. A torcida quer mudanças profundas, passando pelo Estatuto, comissão técnica, diretoria de futebol e jogadores que não justificaram suas contratações. O problema é saber quem vai conduzir as mudanças necessárias e muito esperadas pela torcida. Em um clube onde o posto de comando parece estar vago, um conselheiro sem cargo se aproveita do vácuo gerencial e começa a dar as cartas. Algo impensável no Goiás Esporte Clube, até então o clube mais organizado do centro-oeste brasileiro. Paulo Rogério Pinheiro, que fracassou como presidente Executivo, sonha em ser o presidente do Conselho Deliberativo em eleições marcadas para o mês de julho. Enquanto as eleições não chegam, Paulo Rogério vai se aproximando, dando pitacos, contratando técnico e jogadores ineficientes. Uma posição cômoda, já que, se der certo mérito dele, se der errado, como deu, ninguém sabe de quem é a culpa, pois o falso dirigente não possui responsabilidade legal sobre o fiasco.

Com a trapalhada mudança do Estatuto, o Goiás passou a ter presidentes dos Conselhos de Administração e Deliberativo, em tese os principais gestores da entidade. Abaixo deles, um CEO para dirigir os destinos do clube e um Diretor de Futebol para cuidar da montagem de um elenco forte. Nesse modelo organizacional, que teoricamente conduziria o Goiás à reconquista da hegemonia do futebol goiano, muitos ocupam cargos diretivos mas ninguém manda. No final do ano passado o Goiás havia encontrado seu melhor futebol com Vagner Mancini, mas Paulo Rogério, o dirigente sem cargo, tramou sua saída nos bastidores e emplacou Jair Ventura no comando do esmeraldino. A partir daí, vieram as contratações mais absurdas para vestir a gloriosa camisa alviverde. Volante Aloísio, meia Regis, atacantes Zé Hugo, Artur Kaíque, Edson Carioca, Jajá, Facundo Barceló, Edu, além de Bruno Herculano que injustificadamente teve seu contrato renovado com o Goiás até o final de 2025.
A torcida esmeraldina cobra a saída de todos esses jogadores e a contratação de reforços de qualidade para garantir o acesso à série A. Jair Ventura também não tem a simpatia da torcida e parte da imprensa. Seu trabalho é considerado de péssima qualidade e os resultados não apareceram. Comenta-se nas emissoras de rádio que no jogo do último domingo, o Goiás só foi ofensivo graças a intervenção de dirigentes na escalação do time. Se dependesse de Jair Ventura, o Goiás continuaria com três volantes e apenas dois atacantes, aqueles que não justificaram suas contratações e devem ser dispensados. Crise sem fim pelos lados da Serrinha.