Quase 40 mil torcedores compareceram ao estádio Serra Dourada ontem para comemorar o título da Copa Verde, mas o grito de campeão ficou preso na garganta do torcedor esmeraldino, graças à incompetência do time da Serrinha que mais uma vez abusou dos erros e entregou para o time visitante uma conquista muito esperada, que garantiria vaga na Copa do Brasil de 2026. O Goiás fez um a zero com Wellington Matheus ainda no primeiro tempo. O próprio Matheus ainda acertou a trave do gol adversário, lance que poderia ter definido o título a favor do Goiás. O time esmeraldino lembrou sua época sob o comando de Jair Ventura, time sem poder ofensivo, com um meio de campo sem criatividade e a defesa falhando.
Com a vantagem de um gol, o Goiás tentou administrar o resultado, mas como aconteceu no último clássico contra o Vila Nova, a defesa falhou nos minutos finais e permitiu o empate do time paraense, levando a decisão para as penalidades. Aí começou o show de horrores. Rossi errou para o Paysandu, abrindo a possibilidade de vitória para o Goiás, mas Gonzalo Freitas e Marcão desperdiçaram suas penalidades, dando oportunidade para o Paysandu marcar e ganhar o título. Aliás, as penalidades cobradas por Gonzalo Freitas e Marcão foram bizarras. Acho que nem na várzea um jogador de fim de semana faz um papelão como aquele protagonizado pelos dois jogadores esmeraldinos. Chutaram forte por cima da meta adversária, sem o mínimo perigo para o goleiro do Paysandu. No gol, Tadeu não defendeu uma penalidade sequer. Arriscou os cantos errados em todas as cobranças.
Vanderlan pede desculpas
O presidente do Conselho Deliberativo, Vanderlan Alcântara, desabafou depois da partida, dizendo que se sentia muito decepcionado com a derrota do Goiás. Pediu desculpas ao torcedor e afirmou que no atual Estatuto, o cargo de Presidente do Conselho Deliberativo é apenas uma função decorativa, uma “Rainha da Inglaterra”. À frente do Conselho há cerca de quatro meses, não conseguiu fazer nada em benefício do Goiás. Queria pelo menos a conquista de um título como a Copa Verde, mas não conseguiu. A verdade é que o elenco formado pelo Diretor de Futebol Lucas Andrino, com a anuência da atual Diretoria, não tem qualificação técnica para conquistar título algum. É ruim em todos os setores, principalmente no ataque, onde o Goiás contratou uma grande quantidade de jogadores de péssima qualidade. Alguns deles já deixaram o Goiás, mas ainda tem muita gente para ser dispensada. E é prá já!
A torcida do Goiás foi um espetáculo à parte. Lotou o Serra Dourada e apoiou o time o tempo todo. Fico a imaginar como tudo aquilo não sensibilizou os jogadores em campo. Deveriam se doar mais com aquela torcida espetacular apoiando o time em todos os momentos. Mas não foi o que aconteceu. O Goiás cedeu o empate no final em nova falha da defesa e nas penalidades. Os ingressos foram todos vendidos, a torcida fez sua parte, o time não. Vagner Mancini não tem um banco de reservas qualificado. Aliás, não tem sequer um time titular capaz de honrar a camisa esmeraldina. Quando precisa alterar o time, Mancini tem que colocar em campo, jogadores como Zé Hugo, Gonzalo Freitas, DG, Willean Lepo, Vitinho… Mancini não tem culpa, com esse elenco, não dá para fazer milagre.
Sem a conquista da Copa Verde, o Goiás continua fora da Copa do Brasil em 2026. Resta agora ser campeão da Série B do campeonato brasileiro, o que convenhamos, com esse time é praticamente impossível. A Copa Verde, que muitos desprezam, daria ao Goiás a participação na terceira fase da Copa do Brasil em 2026 e uma premiação garantida de aproximadamente R$ 3 milhões. Depois de mais um vexame em 2025, resta o questionamento: como o Goiás pretende agir para tentar salvar a temporada? Difícil saber, já que por lá ninguém assume. Vanderlan Alcântara falou ontem depois do jogo, mas disse que não manda, é uma “Rainha da IngIaterra”. Então quem manda?. E se tem alguém que manda, porque não toma providência para mudar os rumos da fracassada história recente do Goiás?
Para piorar, nas eleições do Conselho Deliberativo que serão realizadas no meio do ano, somente o nome de Paulo Rogério Pinheiro aparece com possibilidades de vencer. Conversa muito, entrega pouco. Em sua recente gestão como Presidente Executivo do Goiás, protagonizou brigas com a FGF, ameaçou jogar no lixo o troféu de campeão goiano, que não conquistou, prometeu a Libertadores para a torcida e entregou o time na série B. Sérgio Rassi, ex-presidente do Goiás, esboça mais uma vez a formação de uma chapa de oposição nas disputas pela presidência do Conselho Deliberativo, mas a atual estrutura eleitoral do esmeraldino não permite a inscrição de duas chapas. Não que isso seja proibido, é que o número de votantes não comporta a inscrição de duas chapas.
Goiás busca 2º título da Copa Verde. Atlético tropeça no Accioly
