Acusada de matar por envenenamento o servidor público Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, a advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, tem registros criminais, além de Goiás, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Pernambuco. A revelação foi feita hoje cedo em entrevista coletiva pelo delegado de polícia Carlos Alfama, da Delegacia de Investigação de Homicídios.
“Começamos a receber dezenas de novas notícias de crimes, inclusive de que ela atuava como psicóloga, mas ela não é psicóloga, não é cadastrada no Conselho Regional de Psicologia”, disse o delegado. “Temos notícias de que ela forjou outras situações de gravidez, há denúncia de estelionato e de que atuou como estagiária de psicologia de uma escola, aliciando crianças de 10 a 16 anos para a prática de condutas sexuais e consumo de bebidas alcoólicas”, afirmou o policial. Segundo ele, o caso relacionado à escola teria acontecido em Itumbiara, onde Amanda mora.
“Focamos esses três primeiros dias em solucionar a materialidade da morte dessas pessoas. Percebemos que ela possui uma personalidade extremamente voltada ao crime, com condutas criminosas e uso de complexas tecnologias, forja relacionamento afetivo com as vitimas, forjou personalidade forte, amável, que ela não tinha”, resumiu o delegado. “Na minha percepção, a motivação do crime foi o sentimento de rejeição que ela teve. As ameaças começaram quando a relação estava indo por água abaixo”, analisou.
Carlos Alfama disse que ainda não intimou Leonardo Filho, ex-namorado de Amanda, nem o avô dele, João, que estava em casa com as vítimas, mas não consumiu os alimentos levados por ela. “Assim que ele se sentir confortável para falar, será ouvido”, garantiu. A polícia também ainda não ouviu parentes da acusada. “Precisamos documentar e apresentar provas. Tenho certeza absoluta de que ela não bebeu o suco. As vitimas começaram a se queixar de mal-estar na presença dela. Ela pegou um aplicativo e carona para ir para Itumbiara”, contou.
Segundo o delegado, Amanda veio a Goiânia para consulta médica na quinta-feira, comprou roupas e saiu no domingo só para ir à casa das vítimas. Para ele, está configurado o duplo homicídio duplamente qualificado.