Na cabeça da base caiadista, a conta está fechada: o atual vice-governador Daniel Vilela (MDB) será o candidato ao governo na sucessão ao governador Ronaldo Caiado (UB) com o PL abocanhando sua a vice ou uma vaga ao Senado, Gracinha na outra ponta da majoritária, e a fatura liquidada no primeiro turno. Nas contas do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Bruno Peixoto (UB), uma aliança ampla à centro-direita com 16 partidos. Fácil. Técnico. Frio. Um plano que repete 2018 e 2022, quando Caiado conseguiu o feito inédito de duas eleições seguidas liquidadas no primeiro turno.
O problema é que o sonho não se impõe. E, como todo bom enredo político, tem seus fantasmas. E esses fantasmas têm nome: Gustavo Gayer, Jair Bolsonaro, Wilder Morais, que deve encabeçar uma candidatura do PL na disputa ano que vem. O senador goiano, enraizado no bolsonarismo local, tem outros planos: uma chapa pura, puríssima e puro sangue.
Quer repetir em Goiás o modelo ideológico que Jair Bolsonaro sonha manter vivo em 2026, com dois senadores e um candidato ao governo vestido com as cores do confronto. O PL raiz, aquele que faz campanha colado no bolsonarismo e com bíblia debaixo do braço, vê a aliança com o MDB com heresia. Se der certo, ótimo. Se der errado, pelo menos mantém o discurso e a tropa fiel.
Do outro lado, a base de Caiado desenha outra geometria. Um palanque com Daniel ao centro, uma vice costurada para ampliar as alianças, e Gracinha Caiado já “com roupa de senadora” no horizonte. Sobra, então, um espaço de ouro para o PL indicar um segundo nome ao Senado. Gayer? Algum outro bolsonarista puro? Pouco importa. A ideia é simples: ceder terreno sem abrir mão do território. “É ótimo que o Caiado seja de direita e tenha legitimidade em seus projetos políticos. Da mesma forma que o PL tem os dele para 2026”, salienta uma fonte bolsonarista.
Claro, como todo partido em uma democracia há seus fragmentos e divergências. No PL, há uma ala diminuta, que deseja a aliança com Caiado. Nela está o ex-deputado Vitor Hugo, homem de confiança de Bolsonaro, mas hoje isolado politicamente. Vereador por Goiânia, ele tem o prestígio do capitão, mas pouco espaço nas mesas onde as decisões são costuradas. Sequer tem cadeira nos diretórios municipal e estadual da legenda.
Com o PL ao lado, Daniel teria o campo livre para repetir os roteiros de 2018 e 2022. Sem ele, o cenário muda. O eleitor bolsonarista não é volúvel: vota por identidade, entrega voto até a poste, desde que o poste venha com a bênção do mito. Uma candidatura liberal-raiz pode tornar a eleição mais disputada. E empurrar Daniel para o segundo turno.
Se isso acontecer, ele tende a atrair o apoio do PT, que hoje caminha sem rumo em Goiás, mas que já admite algo impensável até pouco tempo atrás: abrir mão da cabeça de chapa. Seria a primeira vez desde 2010 que os petistas não lançam nome ao governo estadual. Naquele ano, apoiaram Iris Rezende. Hoje, repetem que a decisão será “coletiva”, “construída entre as tendências”, “em diálogo com a base”, jargões que, na prática, escondem a ausência de um nome competitivo.
JOGO DAS CADEIRAS, DE OLHO EM BRASÍLIA | Deputados estaduais goianos admitem nos bastidores que o aumento de cadeiras na Assembleia Legislativa é questão de tempo. A tramitação do projeto que amplia o número de deputados federais é vista como gatilho. “Vamos aguardar a conclusão da Câmara Federal”, diz o presidente da casa Bruno Peixoto (UB). Nos corredores, um aliado confidencia: “Pode escrever: o projeto será apresentado aqui logo em seguida, já pensando em 2026. E será aprovado!”.
Plano V
O senador Vanderlan Cardoso (PSD) não esconde o desejo de disputar a reeleição ao Senado pela base do governador Ronaldo Caiado (UB), já sob liderança de Daniel Vilela (MDB), em 2026 e descarta sob todas as maneiras uma aliança com a centro-esquerda. “Não há possibilidade de alinhamento com o PT e Lula”, salienta à coluna.
Alternativa
Setores dentro do próprio PSD passaram a especular – de novo – um eventual alinhamento de Vanderlan com o PT. Em tese, de acordo com bastidores, Lula abriria palanque ao senador em Goiás para a disputa ao Palácio das Esmeraldas.
Nada disso
Petistas e o próprio Vanderlan descartam a possibilidade. O senador diz que o foco é mesmo a reeleição ao Senado e o “alinhamento natural” é com o vice-governador Daniel Vilela. Mesmo que isso custe ter de lançar múltiplas candidaturas.
Obstáculos
O problema é que tanto Daniel Vilela como a primeira-dama Gracinha Caiado – vista como dona da primeira vaga na disputa ao Senado – defendem que a chapa governista concentre-se em apenas duas candidaturas. É o trauma de 2022.
Trauma
Em 2022, não custa lembrar, o governador Ronaldo Caiado (UB) autorizou que sua base lançasse múltiplas candidaturas. Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (UB) e Vilmar Rocha (PSD), então, lançaram seus nomes. Todos ficaram chupando dedo. Wilder Morais, do PL, levou a cadeira.
Elogios…
Nos bastidores, um aliado de primeira hora de Caiado elogia o trabalho de Vanderlan no Senado Federal. “Ele é muito articulado com grande capacidade de ação nas comissões. Consegue captar muito recurso…”, destacou.
Problema partidário
“… Mas partidária não ajuda”, emenda. “Eu vejo que essa segunda vaga pende em primeiro lugar de haver ou não uma composição com o PL. Depois devem ser analisadas as outras possibilidades”, salienta. Nesse sentido, fala-se em abraçar outras possibilidades como o PP que acaba de fechar uma super federação com o União Brasil.
1 – Revitalização
Mabel colocou o trânsito e a mobilidade como pautas prioritárias da sua gestão..
2 – do
…Quer, inclusive, revitalizar a avenida por onde o popular Eixão cruza a cidade de ponta a ponta…
3 – Eixão
…Em medida ousada, pretende retirar os guard rails da pista. A decisão vai dar o que falar…
PDT independente
Deputada federal do PDT, Flávia Morais explica que a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social não empurra seu partido à oposição ao governo Lula, mas os coloca numa situação de independência. O que, para ela, é “coerente”.
Pedetista caiadista
Flávia lembra que o partido em Goiás apoiou o governador Ronaldo Caiado (UB), em 2018 e 2022. Por isso, há convergências em algumas ideias. “O partido tem uma simpatia pelo Caiado”, pontua. “Mas existem algumas diferenças também em relação ao campo de atuação”, destaca.
PDT e Caiado 2026
Se é possível um apoio de seu partido a Caiado em 2026, Flávia é reticente: “Hoje eu vejo que o governador busca apoio em seu projeto de partidos da direita e até extrema-direita. Então a gente não sabe até que ponto essa composição por tendência ideológica aconteceria. Mas no momento de decisão tudo pode acontecer, as forças vão dirimindo diferenças e se unindo nos pontos mais convergentes.”
Crença
Contudo, Flávia considera o projeto de Caiado legítimo. “Em Goiás nós estamos bem próximos de sua gestão. Nós acreditamos nesse projeto dele, esse projeto nacional, acreditamos que ele é um bom nome e com certeza para Goiás vai ser muito importante. Mas daí para o partido apoiá-lo, tem outras discussões, outros debates, outras composições. Mas tudo há conversações, nada definido e a gente sabe que tudo vai acontecer e as definições vão começar a partir do início do ano que vem”, completa.
Exoneração estratégica
A permanência de Kowalsky Ribeiro como procurador-geral da Câmara de Goiânia já não era politicamente viável desde o início da semana. A decisão de pedir exoneração, embora voluntária no papel, foi a forma encontrada para evitar um desgaste maior ao presidente Romário Policarpo (PRD).
Sucessão
A coluna apurou que José Carlos Issy, ex-procurador-geral de Goiânia na gestão Rogério Cruz (SD) e atual diretor legislativo da Câmara, é o mais cotado para assumir o cargo. Ex-controlador-geral do Município, o advogado Colemar Moura, ligado a Jorcelino Braga (PRD), aliado de primeira hora de Policarpo, também é bem visto. Até lá, o subprocurador-geral da Câmara assume interinamente os trabalhos.
Divisão em Aparecida
Insatisfeitos com a condução do prefeito Leandro Vilela (MDB) em Aparecida, um grupo de 12 vereadores decidiu abrir o bloco “Independente”. Não trata-se de oposição, explica Felipe Cortez, um dos articuladores do bloco. “Queremos ajudar o prefeito, mas não dá para continuar sendo um puxadinho da Prefeitura”, destacou à coluna.
Boas intenções, mas…
Para ele, Leandro Vilela tem tido boas intenções à frente da Prefeitura ao longo dos quatro primeiros meses de gestão. Contudo, falta mais parceria junto ao legislativo. “Estamos vivendo uma greve na educação, a cidade continua suja com lixo. Há problemas no esgoto. São muitos problemas e o prefeito trata a Câmara com uma secretaria-extraordinária”, pontua.