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Coleta de lixo foi principal problema ambiental de 2024 em Goiânia, aponta pesquisa

Calor e poluição sonora também são mencionados pela população, que vê responsabilidade da prefeitura e demais governos


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 05/06/2025 - 08:00

LIXO - Falta de coleta de lixo foi principal problema ambiental dos goianienses em 2024, mostra pesquisa
Cidade enfrentou problema grave na coleta de lixo nos últimos anos (Foto: Reprodução)

Pesquisa divulgada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) aponta que o principal problema ambiental percebido pelos goianienses é a falta de coleta de lixo e de lixo reciclável. O levantamento ‘Viver nas Cidades’, realizado em 10 capitais brasileiras, aponta que 39% dos entrevistados em Goiânia identificavam a ausência de coleta seletiva como o maior problema ambiental local durante a coleta dos dados, em dezembro de 2024.

Em cinco capitais pesquisadas, o maior problema colocado pelos entrevistados foi a poluição do ar. São Paulo lidera com 71%, seguida por Manaus, com 54% e Belo Horizonte, com 52%. A poluição também é vista como o principal problema de Fortaleza e Rio de Janeiro por 42% e 41% da amostragem, respectivamente.

Em Porto Alegre, 60% da população elencou as enchentes e alagamentos e em Salvador, a poluição sonora foi vista como principal problema por 44% da amostragem. Em Recife o maior desafio ambiental é a poluição dos rios e mares, apontam os moradores. Já em Belém, a queixa é em relação ao sistema de esgoto.

Retrato

Na capital goianiense, a falha na coleta de lixo é superior à média das capitais pesquisadas, que ficou em 15%, e destaca uma realidade específica de Goiânia em relação às outras capitais, onde questões como poluição do ar, enchentes e poluição sonora aparecem no topo das preocupações. Das dez capitais, a que mais se aproxima de Goiânia neste item é Belém, em que 28% mencionaram o mesmo problema.

Além da questão do lixo, a poluição sonora também foi apontada como um problema relevante por 31% dos goianienses, seguida por preocupações com o sistema de coleta e tratamento de esgoto, citado por 21% dos entrevistados.

Os dados fazem parte de um estudo que buscou entender como os moradores percebem os problemas ambientais e os impactos das mudanças climáticas nas capitais brasileiras.

A pesquisa foi realizada de forma online com internautas das classes A, B, C, D e E, maiores de 16 anos e residentes nas respectivas capitais há pelo menos dois anos.

Responsabilidade dos governos

Quando questionados sobre quem deveria tomar a frente na resolução dos problemas ambientais, a percepção dos moradores de Goiânia é clara: a responsabilidade é dos governos. A maioria dos entrevistados acredita que tanto as prefeituras quanto os governos estadual e federal devem liderar as ações para enfrentar desafios como a coleta de lixo, saneamento básico e combate à poluição.

A Prefeitura de Goiânia afirma que tem feito sua parte para avançar com a agenda ambiental, como a criação do Gabinete de Crise Climática, instituído ainda no primeiro mês de mandato do prefeito Sandro Mabel.

Segundo o Paço, o gabinete monitora o volume das chuvas desde o início do ano e emite alertas sobre possibilidade de alagamentos e transbordamentos de córregos que cortam a cidade. ‘

Paralelamente, a prefeitura executa serviços de drenagem, que serão ampliados com a implantação do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), iniciado na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) e que já em estado adiantado de elaboração pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

A administração também destaca iniciativas legislativas para o enfrentamento à crise climática, incluindo a criação do Fórum Goianiense de Mudanças Climáticas (Gynclima), a partir de lei da vereadora Katia Maria (PT).

Pesquisa

O levantamento quantitativo foi divulgado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), e realizado por Instituto Cidades Sustentáveis, Rede Nossa São Paulo e Programa Cidades Sustentáveis.

A captação online ocorreu entre 2 e 27 de dezembro de 2024, com 3.500 internautas de 16 anos ou mais, das classes A, B, C, D e E, residentes há pelo menos dois anos em Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Goiânia.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais no total e entre 4 e 6 p.p. por capital, com 95% de confiança. 

Pesquisa