Onze dias após o primeiro turno das eleições, a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) suspendeu as gratificações de 730 servidores efetivos, uma medida que provocou forte reação na Câmara Municipal. Atualmente, a Comurg conta com 4.700 servidores efetivos e 656 comissionados. A decisão de cortar as gratificações preserva os comissionados, que custam R$ 4 milhões por mês. O número de comissionados atingiu um patamar recorde durante a gestão do prefeito Rogério Cruz (SD). Em janeiro de 2021, quando ele assumiu, eram cerca de 50.
Durante a sessão, Magalhães também mencionou que familiares do ex-presidente da Comurg, Alisson Borges, recebiam mais de R$ 20 mil em bônus mensais por ocuparem cargos de alto escalão. Para ele, o corte deveria começar pelos servidores com supersalários, em vez de prejudicar os trabalhadores que estão há anos na companhia. “O trabalhador de base não pode ser penalizado enquanto altos salários são preservados”, enfatizou.
O vereador Lucas Kitão (UB) também criticou a medida, afirmando que cortar gratificações sem mexer nos comissionados é uma “pedalada administrativa”. Segundo ele, essa decisão apenas adia o problema, e os servidores poderão até cobrar judicialmente esses valores no futuro. Kitão defendeu a necessidade de equilibrar as contas da empresa de maneira justa, começando pelos salários mais altos e pelos comissionados.
Nota na íntegra
A Companhia de Urbanização de Goiânia esclarece que passa por um processo de reestruturação de todas as Diretorias, tendo em vista a finalização do período de transição, referente aos serviços que foram terceirizados.
Todas as medidas a serem adotadas respeitarão os princípios constitucionais da Administração Pública.