O ambiente tumultuado nos bastidores do Goiás não é mais novidade pra ninguém. O time não se encontrou até o momento, praticou um futebol muito ruim nessa fase classificatória e as feridas do elenco acabam ficando mais expostas do que deveriam. Em campo, um time sem alma, apático, sem personalidade e desorganizado. Fora das quatro linhas, desentendimento entre jogadores, clube sem comando e técnico tentando se salvar com declarações que não refletem o futebol pífio apresentado até aqui no campeonato goiano.
No Goiás é assim, quando o time está bem os dirigentes adoram participar das entrevistas, mas quando as coisas não se encaixam, eles desaparecem. Não é uma característica dos atuais dirigentes, sempre foi assim. Aí sobra para o técnico tentar apagar os focos de incêndio que se espalham em vários segmentos do clube. No comando, O novo CEO, Leonardo Pacheco, é uma peça figurativa, não dá entrevistas e não presta contas do seu trabalho. É um comandante que não assume a direção do navio que está afundando.
Lucas Andrino também resolveu se omitir e não participa mais das entrevistas do pós-jogo. Sobrou para o técnico Jair Ventura, que vai para as entrevistas tentando mostrar números que não refletem as atuações pífias do time sob seu comando. A torcida cobra de Jair Ventura um time mais ofensivo, um time que ao marcar o primeiro gol continue jogando em busca do segundo e do terceiro, não esse time que recua e permite o empate do adversário.
Acabou a paciência
A torcida esmeraldina tem cobrado a presença do venezuelano Esli Garcia entre os titulares, mas Jair Ventura quase não o escala entre os titulares. O que se comenta é que o baixinho da venezuela não está no mesmo nível dos demais jogadores, não se entrega nos treinamentos e isso tem irritado o grupo, especialmente o zagueiro Messias, que teria perdido a paciência com Esli Garcia durante os treinos da semana que passou. Messias, um dos líderes do elenco, teria cobrado mais empenho do atacante, que chegou ao Goiás como uma das principais contratações da temporada, mas não correspondeu.
As cobranças por mais empenho e atenção por parte de Esli Garcia não são recentes. Nos Paysandu o jogador também era cobrado publicamente. Tanto que não era titular, apesar de suas qualidades técnicas. Diferente do que acontecia no Paysandu, onde costumava entrar em parte do segundo tempo, no Goiás o jogador quase não é aproveitado nas partidas. Vai para o banco de reservas e não entra em campo.
Esli Garcia não tem espaço com Jair Ventura. A dúvida é como ele seguirá no clube após ser cobrado por Messias e essa cobrança se tornar pública. A pergunta que fica é a seguinte: o tempo de Esli Garcia no Goiás, que mal começou, já chegou ao fim? Ele ainda tem espaço no clube da Serrinha? Depende só dele. Se mudar a postura, se empenhar nos treinamentos, ganhar a posição em campo, pode reverter esse quadro. Esli sonha em ser convocado pela seleção de seu país, tem futebol para ser convocado, mas antes, tem que ser titular do Goiás, mostrar suas qualidades e, principalmente, assumir sua condição de atleta profissional.