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Festival de cinema gratuito chega a Aparecida de Goiânia

Festival Curta Aparecida acontece entre 14 e 16 de maio com exibições de filmes, oficinas e formações no Jardim Buriti Sereno, maior bairro periférico da América Latina


Dhayane Marques Por Dhayane Marques em 04/05/2025 - 10:25

Como chorar sem derreter. Foto: Divulgação

Cinema e comunidade caminham lado a lado no Festival Curta Aparecida, que acontece entre os dias 14 e 16 de maio em Aparecida de Goiânia. O evento gratuito ocupará o Jardim Buriti Sereno — maior bairro periférico da América Latina — com uma intensa programação de exibições, oficinas e ações formativas. A proposta vai além da tela: o objetivo é fortalecer o audiovisual como ferramenta de transformação social.

A mostra não competitiva é realizada pelo Ponto de Cultura Justina com recursos da Lei Paulo Gustavo, via Ministério da Cultura e Secretaria Municipal de Cultura. Acima de tudo, o festival celebra o cinema como linguagem acessível e potente, capaz de iluminar realidades, fomentar políticas públicas e construir pontes entre criadores e público. A primeira edição já atraiu mais de 400 obras inscritas de todas as regiões do Brasil, o que mostra o alcance da proposta e o desejo de conexão com novos territórios.

Programação diversa valoriza vozes e territórios

O festival está dividido em três mostras: Aparecida, Documentário e Animações. A Mostra Aparecida, por exemplo, exibe obras realizadas com apoio da Lei Paulo Gustavo, destacando produções locais e a força do audiovisual goiano. Já os documentários e animações dão visibilidade a temas urgentes e poéticos, como o quilombo Saco-Curtume no Piauí, a várzea do futebol goiano e histórias de afetos e resistências urbanas.

Entre os destaques estão “Luis” (MA), que retrata com humor e emoção o cotidiano nas periferias; “Terrão – Paixão pela Várzea” (GO), que homenageia o futebol de rua; e “Como chorar sem derreter” (RJ), uma fábula sobre sentimentos reprimidos. Além disso, a curadoria aposta em obras experimentais e inventivas, como “Memórias da Desindustrialização” e “Balada para Raposo Tenório”, reafirmando a pluralidade do festival.

Cinema como ferramenta de formação e cidadania

Desde já, o Curta Aparecida se apresenta também como espaço formativo. Oficinas como “Stop Motion em sala de aula” preparam professores da rede pública para usar o celular como ferramenta pedagógica, estimulando a criação de histórias animadas com os próprios alunos. Então, a educação se soma à arte e forma multiplicadores culturais nas escolas e comunidades.

Além disso, serão realizados encontros para a criação de cineclubes nos Pontos de Cultura do município. A formação abrange curadoria, exibição, divulgação e sustentabilidade de iniciativas audiovisuais locais. Porque fortalecer a base cultural é essencial para garantir que o cinema permaneça vivo como prática coletiva e cidadã.

Do Brasil para Aparecida — e de Aparecida para o Brasil

O Curta Aparecida se consolida como uma plataforma nacional de fomento ao cinema independente e comunitário. Mais que exibir filmes, o festival provoca encontros, ativa territórios e reacende o movimento cineclubista. Para os organizadores, a ideia é clara: “O festival se coloca como uma plataforma do Brasil para Aparecida de Goiânia”.

Acima de tudo, trata-se de um manifesto: o cinema pertence a todos. E em Aparecida, ele ganha corpo, voz e território. No bairro Buriti Sereno, a cultura não apenas chega — ela se estabelece, se expande e transforma.

Espetáculo:  Festival Curta Aparecida
Data: 14 a 16 de maio

Local: Escola do Futuro do Estado de Goiás Luiz Rassi (R. Raínha Elisabete, S/N – Jardim Buriti Sereno, Aparecida de Goiânia)

Ingressos: Gratuitos (não é necessária a retirada)

Outras ações:

Formação para o cineclubismo: O cinema como dispositivo comunitário
– Ponto de Cultura Coletiva Preta (17h às 21h)
– Ponto de Cultura Vila Alzira (8h às 12h)
– Ponto de Cultura Rosa dos Ventos (17h30 às 21h30)

Encontro de Gestão Cultural: Criatividade e Inteligência Artificial

Oficinas Stop motion em sala de aula: narrativas em movimento

  • Colégio Estadual José Bonifácio

  • Escola Mun. de Tempo Integral Professora Vinovita Guimarães da Silva

  • Escola do Futuro Luiz Rassi

Dhayane Marques

Dhayane Marques é jornalista formada pela PUC-GO. Atualmente é Diretora de Programas da TV Pai Eterno e repórter no jornal Tribuna do Planalto e Tribuna de Anápolis, nas editorias de cidades, educação, economia, agro, diversão e arte.

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