Goiânia conta com 13.299 médicos registrados, o que representa uma razão de 8,89 profissionais por mil habitantes. O número está acima da média nacional, de 6,97 por mil, e também superior à média do Centro-Oeste, de 6,76. No interior do estado, a distribuição de médicos está abaixo do ideal, com pior resultado entre os estados da região, mostra estudo anual, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina.
No total, Goiás tem 22.019 médicos registrados, o que significa que, fora da capital, há apenas 8.720 médicos atuando para uma população de mais de 5 milhões de habitantes. Isso resulta em uma razão estimada de 1,49 médico por mil habitantes no interior do estado.
A disparidade entre capital e interior é a mais acentuada do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, dos 10.626 médicos registrados, 4.845 atuam fora da capital, Cuiabá. Em Mato Grosso do Sul, dos 8.284 médicos, 3.791 estão no interior. Já o Distrito Federal concentra todo o seu contingente de médicos (20.890) em uma única área urbana, por não possuir divisão territorial entre capital e interior.
Demografia Médica
O levantamento faz parte do estudo Demografia Médica 2024, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo foi publicado em 30 de abril e mostra que, embora o número de médicos tenha crescido no país, a desigualdade na distribuição territorial permanece um desafio para o acesso à saúde.
O estado de Goiás tem hoje mais de 1,2 milhão de habitantes em municípios com razão inferior a 1 médico por mil habitantes, segundo estimativas baseadas nos dados populacionais do IBGE e nos registros por CRM.
Formação
Segundo o levantamento, 55,8% dos médicos em Goiás possuem título de especialista. Em Goiânia, estão registrados 8.512 desses profissionais, o que corresponde a 69,5% dos especialistas no estado.
O relatório também informa que Goiás conta com 17 escolas médicas, com 2.338 vagas anuais de graduação. Em 2024, o estado tinha 1.092 médicos residentes em atividade.
Mulheres são maioria na medicina no Brasil
Pela primeira vez, as mulheres se tornarão maioria entre os médicos no Brasil. Já em 2025, irão representar 50,9% do total de profissionais. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.
No ensino de Medicina, a presença feminina também tem crescido. Em 2010, as mulheres representavam 53,7% dos matriculados nos cursos de graduação, número que subiu para 61,8% em 2023. Entretanto, elas predominam em apenas 20 das 55 especialidades médicas – a Dermatologia lidera o ranking, com 80,6% das mulheres.