A Prefeitura de Goiânia está novamente às voltas com propostas para revitalizar o Centro da capital. Desta vez, o projeto encaminhado à Câmara, Programa Centraliza, ainda em dezembro do ano passado, prevê a isenção fiscal por três anos de quase 20 mil imóveis localizados na região. De acordo com a proposta, os benefícios devem ficar em torno de R$ 86 milhões em 2024, R$ 90 milhões em 2025 e R$ 93 milhões em 2026, ou R$ 270 milhões.
Algumas cidades conseguiram requalificar as regiões centrais, que comumente passam por um processo de degradação com a migração dos moradores, comércio e serviço para as periferias das cidades. Esvaziado, o Centro deixa de ser prioridade na aplicação de políticas públicas e passa a ser opção daqueles que não querem ser incomodados, usuários de drogas e pessoas em situação de rua.
Mas não é preciso inventar a roda para reverter esse processo. São Luís do Maranhão; Recife (PE); Curitiba (PR); e Florianópolis (SC) são exemplos de revitalização de regiões centrais que deram certo. Em Goiânia, o primeiro projeto para dar uma nova cara ao Centro se deu em 2001, com o então prefeito Pedro Wilson, que corajosamente retirou os ambulantes das principais avenidas da região e recuperou o canteiro da Avenida Goiás.
Hoje, o mercado da Avenida Paranaíba, construído para acolher os feirantes, abriga usuários de drogas e as avenidas da região continuam com os ambulantes nos passeios. De lá para cá, ainda houve outras tentativas, como a reforma da Praça Cívica, em 2015, e da Rua do Lazer, em 2019.
Agora, vamos de novo investir na revitalização do Centro em meio a um processo eleitoral em curso, o que contamina qualquer iniciativa bem intencionada. Resta esperar que dê certo, porque o Centro de Goiânia é muito lindo para ficar abandonado.