Oito em cada dez educadores sofreram algum tipo de agressão no ambiente escolar somente em 2023. O estudo, realizado pela Nova Escola e o Instituto Ame Sua Mente, ainda aponta que seis em cada dez professores temem pela própria integridade física. A agressão verbal é a mais frequente, seguida pela psicológica ou moral.
O número é 20% maior do que no ano passado, o que já diz muito: essa violência contra os mestres não começou agora. Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame a Sua Mente, avalia que houve um aumento da violência desde a volta das aulas presenciais depois da pandemia.
Esse ataque aos professores e à educação é um dos piores legados da ascensão da extrema direita no Brasil. Em Goiás, a deputada estadual Dra. Zeli, do União Brasil, apresentou projeto de lei que obriga a realização de exame toxicológico para contratação pela rede pública de ensino, incluindo profissionais da educação, docentes e técnicos-administrativos.
A proposta da parlamentar determina que o exame toxicológico deverá ser custeado pelo candidato a servidor público, sem a participação do órgão público contratante. A deputada não apresenta dados científicos para respaldar a exigência, que parece se fundamentar na premissa de que os professores, já tão sobrecarregados e desvalorizados, sejam em massa usuários de drogas.
Não é possível tolerar ambientes e agentes públicos que tolerem ou incentivem a agressão contra docentes. Não é demonizando a educação que se conseguirá avançar como nação. Muito ao contrário.