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Os de direita e os bolsonaristas


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 25/02/2024 - 00:06

Foto: Matias Delacroix/AP/picture alliannce
Foto: Matias Delacroix/AP/picture alliannce

A chamada nova direita, que surge a partir do antipetismo, é um agrupamento bastante heterogêneo, que reúne adeptos do liberalismo tradicional e conservadores bastante radicais, sendo que neste último grupo estão inseridos os bolsonaristas. No entanto, de forma pragmática, todos caminham juntos. 

Dois fatos da semana passada são esclarecedores em relação a essa distinção entre direita e extrema-direita e também a um pragmatismo eleitoral que motiva alguns políticos. A maioria dos deputados federais goianos tem um perfil mais à direita, refletindo a ideologia conservadora do Estado, mas apenas os bolsonaristas de carteirinha assinaram o pedido de impeachment do presidente Lula.   

Além dos deputados do PL, o partido de Jair Bolsonaro, Professor Alcides, Gustavo Gayer e  Daniel Agrobom, assinaram o pedido de impedimento do presidente, os deputados Dr. Zacharias (União) e Magda Mofatto (PRD), que deixou o PL recentemente em razão de uma disputa interna na legenda. Esses certamente representam o que podemos chamar de extrema-direita.

Outro fato que explicita esse movimento da nova direita é o ato de defesa do ex-presidente, realizado em São Paulo. O governador Ronaldo Caiado (UB), já em campanha para representar o campo da direita em 2026, foi um dos primeiros a anunciar sua participação no ato. Mas Caiado não se enquadra perfeitamente ao bolsonarismo; tem perfil mais democrata e sua presença não representa uma adesão ao bolsonarismo, mas uma ação movida pelo pragmatismo eleitoral. 

Já a participação do senador Wilder Morais (PL), dos deputados federais Gustavo Gayer e  

Magda Mofatto; do deputado estadual Major Araújo (PL), do ex-deputado federal Márcio Corrêa (MDB), do ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB) e do ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alego), Lissauer Vieira revela o perfil bolsonarista desses políticos goianos. Não há pragmatismo eleitoral na participação desse grupo, mas a mais pura adesão ao pensamento da extrema-direita representada pelo bolsonarismo.

Há, portanto, que diferenciar a direita baseada no liberalismo e o bolsonarismo pautado pelo tolhimento da liberdade tão essencial à democracia.