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Pandemia muda radicalmente todo ambiente escolar


Avatar Por Redação em 29/04/2021 - 00:00

|Marcelo Costa, presidente da Undime em Goiás: “Se esse esforço não for realizado, teremos um prejuízo incalculável para a educação”

Fabíola Rodrigues

Sabemos que a pandemia tem causado mudança de hábitos pelo mundo inteiro e no ambiente escolar não tem sido diferente, agora, mais que nunca os educadores tiveram que mudar a forma de ensinar. Prender a atenção do estudante em sala de aula, que tem sido em sua maior parte virtual, é um desafio diário dos educadores é o que afirma o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) em Goiás, Marcelo Costa. Atualmente, os professores dos 246 municípios goianos estão sabendo lhe dar melhor com essa situação, já que no primeiro semestre do ano passado as estratégias de como dar aulas eram obscuras. Hoje essa realidade vem mudando, aos poucos, para tentar diminuir os impactos da falta de acesso as aulas para os estudantes.

Segundo Marcelo Costa, a Undime realizou, até agora, três estudos desde o início da pandemia para identificar as metodologias que os professores estão utilizando para que o aluno tenha acessibilidade ao conteúdo escolar. De fato, ficou claro que foi um início muito conturbado, mas com a ajuda da tecnologia os impactos estão sendo gradativamente minimizados.

Sabemos que nem todas as crianças e adolescentes tem acessibilidade, internet, aparelhos tecnológicos para acompanhar as aulas on-line, portanto, aqui em Goiás, tem escolas que estão adotando métodos como passar tarefas pais vão à escola buscar as atividades para os filhos. Cada município escolar buscou uma maneira de alcançar o aluno. Para Marcelo Costa, o importante é não deixar que o estudante fique sem apoio por parte da escola.

Outro fator que ficou as claras mediante a pandemia é que as escolas não recebiam investimentos necessários de aparatos tecnológicos e isso dificulta também o acesso ao ensino. Tendo em vista outros problemas como a disponibilidade de internet em alguns municípios, o presidente da Undime em Goiás desabafa. “No Brasil não temos internet de qualidade e nem a temos para todos. Enfrentamos uma série de dificuldades, a princípio, para dar ao aluno condição de estudar”, completa.

Os educadores estão na busca incessante para manter, mesmo que de forma on-line, a presença dos alunos conectados. Marcelo Costa reforça que os professores aqui em Goiás estão na busca incessante para oferecer, dentro da realidade em que estão vivendo, um ensino inovador e preservando as diretrizes curriculares.

Foto: Presidente da União Nacional dos
Dirigentes Municipais da Educação
(Undime) em Goiás, Marcelo Costa/SME Goiânia

“Quero destacar o meu orgulho como docente a respeito do heroísmo dos professores. Nós praticamente tivemos que reinventar a educação, diferente da qual conhecíamos. Estamos experimentando uma antecipação do futuro. Em 2019 tivemos várias ações proibindo o uso de celulares em sala de aula, em 2020 esses aparelhos se tornaram peças funda[1]mentais para que o estudante tivesse acesso ao aprendizado. Essas antecipações ajudam na modernização da educação, melhoraram o processo de ensino, aprendizagem e tornam a educação mais atrativa”, acredita o presidente da Undime em Goiás.

Ao questionar Marcelo Costa, durante entrevista a Tribuna do Planalto, sobre o retrocesso, prejuízo que o ambiente escolar vem sofrendo, já que as aulas não são como antes, ele relata ser preocupante a evasão de alguns estudantes e a perda de parte do conteúdo estudantil, mas ele lembra que houve outras pandemias como a da gripe espanhola no ano de 1918, em que a educação sofreu seus impactos, ainda, sem os aparatos tecnológicos. Neste momento mesmo sendo caótico existe a tecnologia para minimizar a falta de acesso ao ambiente escolar

Assim como outras pandemias causaram impactos negativos na economia, no modo de vida das pessoas, na saúde e claro na educação, precisamos entender que mais do que destacar o retrocesso temos que focar o diagnóstico disso. Temos que utilizar essas respostas para dimensionar como criaremos as reinserções, os apoios para recuperação do conteúdo”, ressalta Marcelo costa.

Em dois anos o ensino poderá ser reestabelecido

“O processo de ensino educacional passa por uma fase que claro, não é a que os educadores gostariam de vivenciar. É um período delicado, mas com otimismo e união passará, diz o presidenteda Undime em Goiás, que se mostra esperançoso e acredita que nos próximos dois anos a recuperação do conteúdo escolar será reestabelecido.

Ele acredita muito que a escola vai conseguir minimizar a maior parte dos danos causados pela pandemia. Claro, isso depende muito dos governos, das possiblidades que serão dadas aos professores. Entre os desafios que estão sendo enfrentado existem dois que requerem maior atenção, tanto atual quanto futura, que é alfabetização das crianças e a evasão escolar. Neste sentido, Marcelo Costa esclarece que três fatores serão fundamentais para recuperar o tempo literalmente perdido fora da sala de aula.

“O primeiro é que temos que manter a família junto da escola, já que desde quando começou a pandemia ela teve que ser mais presente, e isso é funda[1]mental para nós e para a comunidade escolar. Segundo, precisamos utilizar a tecnologia que estamos tendo para ampliar o tempo que os estudantes têm com o conteúdo, criando contra turnos escolares em for[1]mato de game, conteúdo lúdico. O terceiro movimento é que todas as ações escolares no Brasil sejam indicadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), porque, assim, os estudantes não terão prejuízo curricular ao mudar de escola, e os professores estarão amparados por saber como devem trilhar o caminho do ensino”, esclarece o presidente da Undime em Goiás.

A escola do futuro será um ambiente muito mais inova[1]dor, depois da pandemia, para fomentar nas crianças a dúvida, a pesquisa, a vontade de perguntar, investigar, solucionar problemas. Mais do que ler e escrever, a educação como um todo terá como matriz fundamental dar ferramentas para que os estudantes possam exercitar de forma plena a sua cidadania. “Essa é a escola que iremos ter depois de tudo isso”, conclui Marcelo Costa.

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