Em Goiás, o mês de maio marca oficialmente o início do período de estiagem e com ele surgem os alertas para o aumento do risco de queimadas. Segundo relatório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), o número de focos de incêndio cresceu nos primeiros 18 dias de maio em comparação com o mesmo período de 2024.
A região Sudoeste lidera novamente em quantidade de queimadas, com destaque para o município de Mineiros — importante polo agrícola e pecuário — com a produção de cana-de-açúcar, soja, milho, feijão e algodão, além da criação de gado de corte e leite.
Risco
Apesar do aumento registrado, o risco de queimadas até o final de maio é considerado moderado na maior parte do estado, de acordo com os prognósticos meteorológicos. Regiões como a Central, Oeste e Norte também apresentaram crescimento no número de focos em relação ao ano anterior, mas ainda dentro de um cenário considerado controlável.
Com a chegada da segunda quinzena do mês, a tendência é de queda na umidade relativa do ar e elevação das temperaturas durante o dia — um padrão típico do clima do Cerrado que intensifica o risco de incêndios florestais. A situação exige atenção redobrada da população e ações preventivas coordenadas.
Monitoramento
Para enfrentar os impactos da estiagem, o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (CIMEHGO) começou, a partir de 1º de maio, a contabilizar os dias sem chuva por região, considerando volumes diários inferiores a 0,5 mm como dias secos. O objetivo é oferecer dados mais precisos para orientar políticas públicas e estratégias de mitigação.
Segundo a SEMAD, Goiás vem registrando redução no número total de queimadas desde 2022, ano em que foi lançado o sistema “Monitor de Queimadas”, que emite alertas automáticos aos agentes ambientais assim que focos de incêndio são detectados por satélite. Em 2023, o estado registrou 3.160 focos, uma queda expressiva em relação aos mais de 7.000 registrados no início da gestão.
Alerta
Embora o ano de 2024 tenha sido atípico — com aumento significativo dos incêndios entre agosto e setembro, devido a condições climáticas extremas em todo o país — 2025 começa com números mais baixos e com perspectivas menos severas, já que o estado não está sendo afetado pelo fenômeno El Niño.
Mesmo assim, os órgãos ambientais reforçam que o monitoramento contínuo é essencial, especialmente durante a estiagem, que deve se estender até outubro. O alerta é claro: apesar da melhora nos indicadores gerais, cada município deve manter a vigilância para evitar novos surtos de queimadas.