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Reação conservadora


Domingos Ketelbey Por Domingos Ketelbey em 05/05/2024 - 06:00

Wilder Morais no anúncio da pré-candidatura de Fred Rodrigues como vice na chapa liderada por Gustavo Gayer (Foto: Fábio Marques)

Quase um ano e meio após a derrota nas urnas, com as candidaturas do ex-deputado federal Vitor Hugo, que tentou o Palácio das Esmeraldas, em Goiás, e a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, o PL volta a se organizar para os próximos pleitos aproveitando o precoce desgaste político do Governo Lula (PT) e se animando com pesquisas de intenção de voto que mostram seus pré-candidatos competitivos nos principais colégios eleitorais goianos.

Se o deputado federal Gustavo Gayer aparece empatado tecnicamente com o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e a deputada federal Adriana Accorsi (PT), em Goiânia, liderando alguns cenários, dentro da margem de erro, o seu colega de bancada, professor Alcides Ribeiro, lidera com folga a corrida eleitoral em Aparecida de Goiânia. Em Anápolis, a filiação do suplente de deputado federal Márcio Corrêa também animou as lideranças do partido.

Corrêa ainda está distante do líder nas pesquisas, o deputado estadual e ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, mas entre os pré-candidatos do campo conservador, é o que se mostra mais competitivo. Antes no MDB, onde não conseguiu apoio dentro da base caiadista, ele recebeu morada no PL. “Aqui, ele vai disparar.”, aposta Gustavo Gayer. A declaração foi feita publicamente num evento do partido em que reuniu pré-candidatos da legenda.

Côrrea estava lá e discursou por pouco mais de dois minutos. Foi rápido mas concluiu arrancando aplausos. “Esse é o maior partido do país. Goiás estará pronto para fazer o próximo governador do PL, vamos eleger o nosso presidente [em referência a Wilder Morais] em 2026.”

Ao estimular a pré-candidatura de Wilder Morais ao Palácio das Esmeraldas, em 2026, Márcio abriu caminho para que outros nomes dessem estímulo ao presidente estadual do PL. O deputado estadual Major Araújo, crítico do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), destacou que era obrigação da legenda ter nome ao Palácio, em olhar direcionado ao senador.

Morais destaca à coluna que seu foco atualmente é nas eleições que se avizinham. O objetivo é trabalhar nas 115 pré-candidaturas a prefeito e outras 55 pré-candidaturas a vice. Frisa que se o partido sair vitorioso nos principais colégios eleitorais, o PL terá, sim, candidato em 2026. Não só ao Governo, como ao Senado e também à Presidência da República. A reação conservadora está aí. Após derrotas e a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, o bolsonarismo busca reunir forças para chegar forte daqui a dois anos.

CHACOTA > As investidas iniciais de Sandro Mabel numa aliança com o PL viraram piada durante o encontro dos liberais realizado no dia 29 de abril. “Eu nunca vi um pré-candidato que está em primeiro lugar nas pesquisas abrir mão pro quinto, que a gente nem sabe se vai decolar”, provocou Fred Rodrigues. “Depois a gente é louco”, brincou Gustavo Gayer.

Silêncio…

Sandro Mabel tem sido orientado a não subir o tom contra outros pré-candidatos, especialmente no campo conservador. Para não prejudicar as alianças no segundo turno. “Ele é amigo de todo o mundo. Não tem porque entrar em atrito agora”, diz um aliado.

… Mas pegou ar

Questionado pela coluna, Sandro Mabel riu. “É um pensamento deles. Eu não gosto nem de olhar pesquisa. Eu gosto de trabalhar. Vamos trabalhar todos os dias”. Cita pesquisas internas que aparece com 11%.

Articulação

Em entrevista à jornalista da Tribuna do Planalto, Andréia Bahia, Sandro revela um pedido da cúpula do PL para que ele fosse candidato a prefeito pela legenda liberal. Não pelo União Brasil.

Não serve?

A articulação foi barrada pelo governador Ronaldo Caiado, que participou das negociações. “Eu servia para ser candidato pelo PL, mas eles não podem indicar a vice na minha chapa?”, provocou Mabel.

Intimidade

Mabel minimiza os impactos da polarização nacional na eleição deste ano, mas destaca: “o bolsonarismo me apoia”. O empresário também lembra que é amigo pessoal de Bolsonaro e revela intimidades: “Ele me chama de rosquinha”.

Revanche

32 anos depois de disputar uma eleição em Goiânia, derrotado por Darci Accorsi, agora Sandro Mabel tem como principal concorrente a filha do ex-prefeito: a deputada federal Adriana Accorsi. 

Provocação

Mabel prega respeito, mas não deixa de provocar a concorrente. “A Adriana tem a força dela. É uma boa deputada. Eu tenho dúvidas sobre sua capacidade de gestão. Ela é jovem. Ela tem uma vida pela frente. Eu já tenho uma experiência”.

1 – A briga…

Bloco de Bruno Peixoto e o MDB travam uma batalha nos bastidores

2 – pela

Ambos não abrem mão da vice na chapa de Sandro Mabel (União Brasil)

3 -… Vice

Nunca antes se viu tamanha pressão e articulação para conseguir a posição

Monitoramento petista

O entorno da deputada federal Adriana Accorsi monitora movimentos de partidos que estão na base do governador Ronaldo Caiado e do prefeito Rogério Cruz. 

Grupo do Bruno

O bloco liderado por Bruno Peixoto (UB) e Romário Policarpo (PRD) que fechou acordo para a vice de Mabel é um deles. Nos bastidores, o entorno da deputada federal aposta que Sandro não vai cumprir com o acordo.

Palavra dada

O MDB, de olho na vice, se reuniu na última sexta-feira (3) com Sandro Mabel, na sede do partido em Goiás. Mabel garantiu que deu a palavra ao bloco de Bruno Peixoto e que não poderia voltar atrás. Pediu para que os emedebistas confiassem nele.

Iniciativa

Foi o próprio Mabel que pediu a reunião com o MDB. Ele destacou que seu compromisso está em ser eleito prefeito de Goiânia e ajudar Daniel Vilela a se reeleger, em 2026. “O MDB vai ter muito espaço”, justificou. 

Contrariedades

Líder da bancada do MDB na Câmara, Kleybe Morais mostrou certa contrariedade com a posição de Mabel. Ele reivindica a vice. Cita o potencial de votação que o partido tem com onze vereadores em mandato. “É quase insano pensar no MDB fora dessa chapa majoritária”.

O foco é 2026

Presidente do MDB em Goiânia, Agenor Mariano reconheceu à coluna que o partido pode ceder agora, para fortalecer o projeto do partido, em 2026 com a eleição ao governo de Daniel Vilela. “Não vamos criar adversários dentro da própria base”, ponderou.

Senador Canedo

Dra. Cristiane Pina, do Solidariedade, trabalha nos bastidores para pavimentar sua pré-candidatura e consolidar seu projeto nas convenções. Diz que vai focar em projetos e soluções para a crise hídrica, saúde, educação e tecnologia. “Não haverá recuo”, garante a médica à coluna.

Além da cota de gênero

Além de Cristiane, Senador Canedo deverá ter número expressivo de mulheres na disputa à Prefeitura: Izaura Cardoso, suplente de senadora, esposa do ex-prefeito Vanderlan Cardoso, trabalha em seu projeto. A professora Eve Márcia, do PT, e Welma Lira, do PL, também dizem ir para as urnas. No total, quatro pré-candidatas.