O prefeito Sandro Mabel (UB) afirmou que não vai prestar contas do último quadrimestre de 2024, da gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), sob o argumento de não ter conhecimento dos dados contábeis do período. O pano de fundo, na verdade, é a insatisfação dos vereadores em torno da falta de espaço e receio de questionamentos sobre o real déficit das contas da última administração.
Nesta semana, a Comissão Mista da Câmara Municipal enviou convocação ao Paço Municipal para a prestação de contas, mencionando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que obriga o Secretário da Fazenda a detalhar as informações do período aos vereadores. Apesar de não haver obrigatoriedade de o prefeito comparecer, tradicionalmente os chefes do executivo costumam cumprir esta agenda. Em 2021, Rogério prestou contas do último período da gestão de Iris Rezende (MDB).
Um dos pontos de discussão é o real déficit orçamentário deixado pela gestão anterior. De acordo com o Demonstrativo Resumido da Execução Orçamentária de 2024, publicado pela Prefeitura de Goiânia no último dia 30, a administração de Cruz encerrou o mandato com um saldo de caixa de R$ 653,5 milhões, sendo R$ 81,4 milhões de recursos não vinculados e R$ 572,1 milhões destinados a áreas essenciais como saúde e educação.
A gestão de Sandro Mabel considera passivos históricos da Comurg e do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) como sendo uma “dívida herdada” da última administração, o que eleva o déficit para valores que giram entre R$ 3,5 e R$ 4 bilhões.
Vereadores de oposição contestam esta estratégia e há, por parte de outros, o objetivo de cobrar do Paço que inclua a contabilidade da Comurg nas contas da Prefeitura de Goiânia.