Sem acordo sobre quem presidiria o futuro partido a ser formado com a fusão das duas siglas, PSDB e PSDB decidiram do processo de fusão. A decisão acontece uma semana depois da convenção nacional do PSDB aprovar a junção. Narrativas divergem sobre quem tomou a iniciativa de desistir oficialmente do processo, que vinha sendo costurado politicamente há vários meses. Em Goiás, havia resistência por parte de lideranças do Podemos, que fazem parte da base aliada do governador Ronaldo Caiado e não queriam a fusão com a legenda comandada nacional pelo ex-governador Marconi Perillo, principal adversário de Caiado.
Em entrevista à Tribuna do Planalto, o presidente estadual do Podemos, deputado federal Glaustin da Fokus, já havia admitido que a situação ficaria insustentável na nova legenda por causa da presença de Marconi. Ele havia apontado que acabaria deixando o novo partido. Há uma semana, uma análise do jornalista Domingos Ketelbey mostrou que a fusão poderia provocar uma debandada em Goiás.
Um dos pontos de divergência – o principal, como se mostrou no final – foi a discussão sobre quem iria comandar a nova legenda.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a presidente do Podemos, Renata Abreu, informou ao deputado Aécio Neves, um dos principais dirigentes tucanos, que o partido não abre mão de ficar na presidência da nova sigla por pelo menos quatro anos.
O PSDB defendia que houvesse uma gestão compartilhada, com dirigentes dos dois partidos se revezando a cada seis meses no cargo até que uma nova direção fosse escolhida de comum acordo daqui dois anos.
“Nesses termos colocados pelo Podemos a fusão não nos interessa”, disse Aécio à Folha. “O que lamentamos é que tenha havido essa intransigência na reta final”.
Após a fusão fracassar, a estratégia do PSDB deve focar em uma federação com outro partido. A federação é um arranjo criado pela legislação eleitoral nas eleições gerais de 2022. Ela difere da fusão porque só pode ser desfeita após quatro anos. Por enquanto, o PSDB é federado com o Cidadania, mas a parceria será desfeita no começo de 2026.
A fusão com o Podemos foi anunciada no final de abril. Após o anúncio, a até então principal liderança tucana do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite, anunciou sua filiação ao PSD após 20 anos na sigla tucana.
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