Por Redação Tribuna do Planalto em 18/01/2025 - 15:18
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou neste sábado (18) que vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após declarações sobre supostos casos de rachadinhas e compra de imóveis envolvendo a família Bolsonaro. A fala aconteceu no Aeroporto Internacional de Brasília, durante o embarque da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para os Estados Unidos, onde ela participará da posse de Donald Trump, marcada para segunda-feira (20).
Bolsonaro chorou ao comentar a impossibilidade de viajar para o evento nos EUA, já que seu passaporte não foi liberado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ex-presidente, investigado por tentativa de golpe de Estado, criticou Haddad, que o acusou de envolvimento em um vídeo polêmico publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
O vídeo, que viralizou nas redes sociais, fazia críticas a mudanças anunciadas pelo governo Lula para o Pix e gerou desinformação sobre a medida, que previa monitoramento de movimentações acima de R$ 5 mil. Após a repercussão negativa, o governo recuou na proposta, que, segundo Haddad, visava combater sonegação sem afetar o sigilo do Pix.
Haddad mencionou que “esse pessoal que comprou mais de 100 imóveis com dinheiro de rachadinha” não poderia criticar o trabalho da Receita Federal, em referência velada ao ex-presidente e sua família. Bolsonaro rebateu:
“Vou processar o Haddad. Eles não têm o que fazer. Sempre me acusam de alguma coisa. Ele falou, inclusive, que eu comprei 101 imóveis sem origem de dinheiro. Só me resta acreditar na Justiça e processá-lo, como vou fazer.”
O filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro, também entrou com uma ação contra Haddad, pedindo indenização por danos morais devido às declarações do ministro.
Visivelmente emocionado, Bolsonaro se referiu a si mesmo como “preso político sem tornozeleira eletrônica” e lamentou não poder participar da posse de Trump. Ele afirmou que a decisão de Moraes o “humilha” e classificou a medida como parte de uma perseguição política.
“Tô sim constrangido. Queria estar acompanhando minha esposa. Quem vai acompanhar vai ser meu filho Eduardo e a esposa dele. Lamentavelmente, não vou poder comparecer.”
