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Xepa da vacina seria saída para evitar desperdícios


Avatar Por Redação em 17/05/2021 - 00:00

Fonte: Divulgação

Os frascos dos imunizantes contra a Covid-19 contêm 10 a 12 doses, que devem ser aplicadas em até seis horas depois da abertura do recipiente. Por esse motivo, alguns postos de saúde de Goiânia e outras capitais do Brasil têm feito a ‘xepa da vacina’, que consiste na aplicação do produto em pessoas que originalmente não o receberiam naquele momento, para evitar que seja desperdiçado.

A redistribuição de do­ses remanescentes para evitar desperdício é algo comum em campanhas de imunização, mas ganhou destaque na vacinação contra a Covid-19. A ‘xepa da vacina’ não deixa de ser uma esperança para quem ainda não faz parte dos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização. Por causa disso, tem mobilizado centenas de pessoas em busca de sobras de doses, ao final do dia, nas unidades de saúde. A prática tem sido recorrente em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Campo Grande e Cuiabá.

No dia 6 de maio, o vereador Marlon Teixeira (Cida­dania) apresentou requerimento a ser enviado ao prefeito de Goiânia, solicitando que o Poder Público Municipal ordene e regulamente, em caráter de urgência, a ‘xepa da vacina’. Com um total de 19 assinaturas, o requerimento foi aprovado.

Sem desperdícios

Por meio do documento oficial, Marlon sugere que seja feito, pela prefeitura, um cadastro prévio de interessados pela sobra da vacina contra a Covid-19, e que essas pessoas sejam chamadas no dia de aplicação, nos postos de saúde, evitando, assim, o desperdício de doses na capital.

“Conforme noticiado pela imprensa e relatado pelos próprios profissionais de Saúde que atuam nos pontos de vacinação não apenas em Goiás, mas no Brasil, está havendo desperdício, em média, de quatro a seis doses dos imunizantes por dia”, destaca o parlamentar. “Essas informações e relatos ocorrem em um momento de grande mobilização por mais vacinas para a população, o que é preocupante”, pondera.

Na opinião de Marlon, a sobra de doses de imunizantes contra a Covid-19 está sendo utilizada “de forma indiscriminada, sem qualquer tipo de disciplinamento”, daí a necessidade de ordenação e regulamentação.

Xepa em Goiânia

O secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, tem, constantemente, comentando que as sobras na capital estão próximas de zero. Segundo o secretário, a organização de quem pode tomar a sobra fica por conta de unidades de atenção básica.

Durval explica que, desde o início da campanha, todos os pontos foram muito bem orientados, e têm seguido a recomendação de evitar ao máximo a perda de doses. “O que sempre se programou foi: como a campanha tem duração até às 17h, a partir das 15h, a depender do movimento, encerra-se a abertura de novos fracos e procede ao máximo o consumo de todos esses frascos de dose”, conclui.

Em Goiânia, o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE) tem como estratégia de vacinação contra Covid-9 deixar a atenção primária identificar as pessoas por comorbidade e faixas etárias, em seguida, fazer uma pequena lista de sobreaviso dessas pessoas, para que assim que sejam identificadas sobras, para não haver desperdício de vacina, essas pessoas sejam chamadas.

Durval afirma que nunca houve descarte e que toda a estratégia de vacinação, que passa pela escassez de informação e de chegada de novas doses, se tem trabalhado de forma dinâmica, observando, inclusive, se há diminuição da procura por vacina. “Trata-se de uma campanha de vacinação que tem sido extremamente estratégica neste sentido, exatamente pela dificuldade de articulação, de prospecção, mas com toda essa dinâmica de jamais ter vacina perdida.”

Aparecida já conta com lista e tem fila de espera

As sobras das vacinas, chamadas popularmente de “xepa”, contra Covid-19, em Aparecida de Goiânia são aplicadas de acordo com lista de espera elaborada pela Secretaria Municipal de Saúde. Não há dados exatos sobre o quanto dos frascos multidoses de imunizantes sobram, mas o cálculo da pasta é de uma média de 5 a 10 doses por dia.

Quem pode tomar?

Segundo explica a coordenadora de imunização de Aparecida, Renata Cor­deiro, a partir desses excedentes, a Secretaria de Saúde produziu um protocolo para não haver descartes. Com isso surgiu a lista de espera com pessoas que se enquadram nos grupos aptos a ser vacinados de acordo com o Plano Na­cional de Imunização, mas que por qualquer motivo têm dificuldades em serem vacinados.

“No início, saíamos à procura de pessoas aptas a serem vacinadas. Mas agora criamos essa lista. Caso haja disponibilidade de vacinas no final do dia, fazemos o contato”, diz Renata Cordeiro. A coordenadora aponta que a intenção é evitar qualquer perda de vacinas. “Já tivemos dia de a equipe ir para casa às 0h em busca de gente para se vacinar”, relata.

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