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“Isso é gestão pública ética e responsável”, diz Caiado


Avatar Por Redação em 17/04/2019 - 00:00

Foto: Divulgação

O governador Ronaldo Caiado foi sabatinado no programa Roda de Entrevista desta terça-feira (16/4), na TV Brasil Central, pelo âncora Enzo de Lisita e os jornalistas convidados: Altair Tavares, Alípio Nogueira e Luiz Carlos Bordoni. Em pauta, o balanço dos 100 primeiros dias de governo, relação com o Parlamento goiano, crise fiscal, pagamento do servidor público, obras e investimentos.

Durante a entrevista, o governador deu, em primeira mão, duas notícias que vão ao encontro dos anseios do contribuinte: uma em relação ao Detran e outra referente à Enel.

Segundo Caiado, o Detran vai acabar com a obrigação de vistoria veicular em quatro situações. Uma delas é a emissão de 2ª via de CRV ou CRLV, o que representa uma economia para os cidadãos de R$ 175,76 por solicitação. “Isso é gestão pública ética e responsável. Eu não estou perdendo receita. Isso era um roubo. O goiano não aguenta mais pagar impostos”, enfatizou. Caiado falou também da extinção dos radares móveis nas rodovias que, segundo ele, alimentavam a corrupção.

Em relação à Enel, o governador demonstrou pressa em sancionar o fim das concessões, matéria já aprovada na Assembleia Legislativa. O impacto das concessões nas contas públicas, segundo ele, era de R$ 200 milhões ao ano e o fornecimento de energia elétrica é atualmente o maior gargalo do Estado.

Questionado sobre o protocolo de intenções assinado nesta semana com 27 empresários que pretendem investir R$ 600 milhões em Goiás, o governador destacou que as novas empresas vão se instalar em 21 municípios, e o objetivo é descentralizar os investimentos.

A relação do governo estadual com o Legislativo também foi pauta da entrevista. O governador, no entanto, evitou falar em consolidação da base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa. “Nós temos que estar sempre conversando com os deputados, informando quais são as intenções, projetos e objetivos desses projetos, por acreditar que dessa forma, dando liberdade aos deputados e agindo de forma respeitosa com os parlamentares, será possível pavimentar a aprovação de projetos que são de interesse do cidadão”, afirmou.

Reforma Administrativa
Questionado sobre a Reforma Administrativa, o governador afirmou que, com a segunda etapa da reforma, deverá atingir o percentual de corte de 20% no custeio da máquina pública. Atualmente, um dos grandes gargalos do Tesouro Estadual é o limite prudencial de gastos com o funcionalismo público que chega a 64,5% do orçamento.

“Nós temos que baixar esse limite para 54%, e esperamos uma decisão do Supremo Tribunal Federal para definir como fica a situação de uma gestão como a nossa, que foi entregue a mim já extrapolando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), porque nós não poderíamos ter recebido dessa forma”, indignou-se. Caiado citou como exemplo de má gestão o programa Goiás na Frente, considerado por ele “um estelionato eleitoral, sem qualquer projeção de investimentos”.

Concurso Público
Sobre as contratações de aprovados em concursos públicos, o governador explicou que não pode infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Ou você cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal ou segue a orientação do Ministério Público ou do Tribunal de Justiça”, declarou o governador que disse já ter conversado com os presidentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Ministério Público na tentativa de buscar um consenso sobre a matéria. “Se contratarmos todos os concursados vamos infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não vamos investir em nada”, destacou.

Saúde
A relação do governo com as Organizações Sociais (OSs) também entrou na pauta da entrevista. Sobre o assunto, o governador afirmou que todos os contratos estão sendo revistos e citou como exemplo de sucesso a renovação do contrato com a OS que administra o HGG, que representou economia de R$ 3 milhões em relação ao contrato anterior, com o aumento de 52% das consultas e 24% das cirurgias de alta complexidade.

Ainda sobre a situação da Saúde no estado, Ronaldo Caiado lembrou que em seu Plano de Governo está prevista a descentralização dos atendimentos com a construção, num primeiro momento, de duas Policlínicas nos municípios de Posse e de Santa Terezinha de Goiás, com objetivo de descentralização dos serviços médicos, atendendo o paciente, a priori, em seu município. “Aos poucos a sociedade vai vendo o que está sendo feito e vai querer contribuir. Já teve gente se oferecendo para trabalhar nesses municípios”, informou.

Outro exemplo de sucesso foi a ação rápida do governador, que buscou junto ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recursos da ordem de R$ 160 milhões, para a instalação imediata de 55 leitos no Hugol, sendo 10 de UTI, para atender a demanda crescente do Hospital Materno Infantil.

Questionado sobre os hospitais de Águas Lindas e Uruaçu, que foram inaugurados pelo governo anterior mas nunca funcionaram, Caiado afirmou que está ciente da realidade e que o secretário Ismael Alexandrino (Saúde) garantiu que até o início de 2020 os dois hospitais estarão funcionando. Sobre os Credeqs, Caiado afirmou que nenhum deles está funcionando como deveria, e que estão fora da realidade financeira do Tesouro. “Vamos fazer do Credeq de Quirinópolis uma Policlínica, com uma ala para atender dependentes químicos, e fazer convênios com igrejas que são imbatíveis na recuperação de dependentes químicos”, explicou.

Economia
Em relação às contas públicas e em particular sobre a gestão de estatais como a Iquego e a Metrobus, o governador afirmou que ele e o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, querem apresentar uma carta de intenções para colocar a concessão da Metrobus a venda e que a Iquego está na mesma situação.

Sobre a melhoria do serviço da linha do Eixo-Anhanguera o governador lembrou do modelo que conheceu de Salvador, apresentado numa feira de negócios realizada em São Paulo, da qual ele participou, de um ônibus que trafega sobre pilotis, sem paradas nem semáforos, com maior velocidade e, consequentemente, mais rapidez no transporte de passageiros. Nessa mesma feira, em São Paulo, ele apresentou a empresários a pista do polo logístico de Anápolis, “parada, na qual foram investidos R$ 420 milhões”, na busca de empresários interessados em colocar a pista para funcionar.

Rodovias
A respeito das rodovias estaduais, o governador explicou que desde agosto do ano passado as empresas responsáveis pela manutenção da malha viária não recebem pelos serviços prestados, e alertou que é impossível recuperar 5 mil quilômetros de rodovias em poucos dias de governo. “As rodovias estão esburacadas pela forma como foram construídas”, com durabilidade máxima de um ano, enquanto que o ideal seria de, no mínimo, cinco anos.

“De Goiânia a cidade Goiás, a rodovia, construída há um ano, já está cheia de buracos. O que funcionava antes era a máquina da Agetop de fazer dinheiro para a corrupção e para campanha política”, denunciou. O governador firmou parceria com 90 prefeituras para obras emergenciais nas rodovias goianas, e busca junto ao Governo Federal um convênio com a Petrobrás para o fornecimento de massa asfáltica.

Folha de pagamento
Questionado sobre o pagamento dos servidores estaduais, o governador disse que mantém o cronograma de pagamento do mês de dezembro dos servidores públicos e que, caso consiga a liberação de um empréstimo com o aval do Governo Federal, poderá quitar, antecipadamente, o mês em aberto.

Educação
Chamou a atenção dos debatedores a situação da Universidade Estadual de Goiás e o nível educacional dos alunos da Rede Pública de Ensino. Sobre o assunto, Caiado disse que é inconcebível o fato de 36% dos alunos do Ensino Médio não saberem fazer uma operação de matemática, por exemplo. Ele prometeu que vai mudar essa realidade porque seu governo “não é um governo de outdoor, de propaganda”. Ele diz entender que a UEG tem autonomia de gestão e que governante nenhum pode intervir numa faculdade pública, como reza a norma constitucional.

Ele comparou a UEG a USP, que tem 12 campi universitários e 35 unidades, enquanto que a universidade goiana tem 42 campi e 135 unidades, dois ex-reitores presos e o atual respondendo por uso indevido de recursos do Pronatec. Segundo Caiado, seu governo prioriza uma educação de qualidade e a universidade é uma instituição autônoma e deve apresentar um plano de recuperação.

Após responder a todas as questões levantadas pelos jornalistas e telespectadores do Roda de Entrevista, o governador fez questão de destacar que “Goiás é um estado rico, com um povo e solidário, e que, por isso, nós vamos ser referência nacional”. Para finalizar, o governador ressaltou que todos os goianos podem ficar tranquilos porque “agora podem contar com um governo transparente, profissional, com pessoas capacitadas nas secretarias, referência para todo o Brasil em matéria de segurança pública e combate à desigualdade social”.

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