O soldado da PM Paulo Antônio de Souza Júnior, de 41 anos, será submetido a júri popular hoje, a partir das 8h30, no auditório do Fórum Cível de Goiânia, no Park Lozandes. Ele é acusado de tentar matar o policial rodoviário federal Leonardo Alves de Oliveira Rodrigues, de 33 anos, a esposa dele Ana Paula Ribeiro, de 36, e a filha Ana Luísa Ribeiro Rodrigues, de nove anos à época, usando uma arma de fogo. A sessão de julgamento será presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
Conforme os autos, o crime aconteceu no dia 25 de agosto de 2018, por volta das 16 horas, na GO-020, região metropolitana de Goiânia. Consta que a vítima, em horário de folga, conduzia o seu carro pela rodovia GO-020, no sentido Bela Vista – Goiânia, tendo como passageiras as outras duas vítimas, sua esposa e a filha. No mesmo sentido trafegava também o soldado que conduzia o seu veículo, o qual também estava de folga.
O inquérito policial apurou que a vítima, Leonado Alves, seguia pela faixa da esquerda, quando o veículo conduzido pelo denunciado se aproximou de maneira anormal como se pedisse passagem. A vítima concluiu a ultrapassagem de um caminhão que trafegava à sua frente, pegando outra pista e seguiu viagem. Logo adiante os carros passaram em frente ao autódromo, onde havia duas viaturas da Polícia Militar estacionadas, posto que naquele local estava sendo realizado um evento esportivo. O veículo do denunciado trafegava logo atrás do que era ocupado pelas vítimas.
Após passarem pelo local, o soldado foi para a faixa da direita, quando se posicionou ao lado do carro das vítimas, instante em que sacou sua arma de fogo e passou a efetuar tiros. Assustado, Leonardo Alves acelerou para fugir do agressor, entretanto o veículo foi atingido por vários projéteis, quando passou a transitar pela rodovia em marcha a ré para fugir do ataque até provocar um engarrafamento no trânsito.
Em seguida, o denunciado parou mais à frente, desceu do carro, apontou a arma na direção das vítimas e efetuou outros tiros. Para o Ministério Público Estadual (MPGO), deste modo ficou caracterizada a tentativa de homicídio das vítimas, cujos delitos só não consumaram porque o denunciado não conseguiu atingí-las, inclusive pela eficiente manobra realizada pela vítima.
Placa adulterada
Segundo o inquérito policial, a placa do veículo que era ocupado pelo denunciado estava adulterada com o uso de um adesivo na cor preta. Além disso, para o parquet, o soldado praticou o fato em razão de um mero aborrecimento que sofreu no trânsito, portanto, fútil a motivação. Extrai ainda dos autos o número de veículos que circulavam por aquela rodovia, cuja conduta do denunciado ao efetuar vários tiros resultou em perigo comum.