Morreu hoje, em Goiânia, o cartunista Jorge Braga, criador da gibiteca que leva seu nome, na Praça Cívica, e dono de uma ironia refinada, que marcavam suas charges publicadas diariamente no jornal O Popular. A informação sobre a morte foi confirmada há pouco. Jorge Braga estava afastado de suas atividades para tratamento médico. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.
A morte de Jorge Braga repercutiu entre amigos, admiradores e políticos. Durante sessão da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira (MDB), vice-presidente da Casa, que conduzia a Mesa Diretora, pediu minuto de silêncio. Pouco depois, o prefeito Sandro Mabel divulgou, por meio de sua assessoria, nota de pesar, em seu nome e no da primeira-dama, Karolyna de Freitas. O governador Ronaldo Caiado e a primeira-dama, Gracinha, também divulgaram nota (leia, abaixo).
Um dos principais cartunistas do país, Jorge Braga começou a ilustrar enquanto aprendia a escrever. Foi na escola, já nos primeiros anos, que a paixão pelos quadrinhos se manifestou. Aos 13 anos, em um jornal escolar, ele iniciava, intuitivamente, a profissão de uma vida inteira. “Sou cartunista há 48 anos, e com carteira assinada”, brincou o artista no ano passado, quando gravou um videocast para a Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Jorge passou por diversas redações de jornais locais desde os 16 anos, quando veio para Goiânia.
Jorge Braga discorre sobre a descoberta profissional de seus traços ainda na infância em Patos de Minas (MG), sua estreia como cartunista no jornal goiano Cinco de Maio, em 1973, além de contar como se deu a ideia que viria a originar a Gibiteca Jorge Braga, para a qual doou os primeiros 1.700 exemplares de gibis.
São dele os conhecidos personagens Super Badião (vendedor de pequi da Praça do Bandeirante), Romãozinho (alter-ego de sua infância) e Perebão (herói tipicamente brasileiro que luta contra o crime e contra o sistema, que solta os bandidos que ele prende), além de incontáveis charges sobre os mais diversos assuntos.
Gibiteca Jorge Braga
A gibiteca Jorge Braga é a única do gênero em Goiás. Foi inaugurada em 22 de setembro de 1994, pelo governo de Goiás. Hoje, a gibiteca conta com mais de 6 mil exemplares, alguns deles raros.

Nos primeiros dois anos de funcionamento, a unidade funcionou no edifício Parthenon Center, que fica na Rua 4, no Centro. Mas, com o aumento da procura por seu acervo, o espaço ficou pequeno e foi preciso transferir a gibiteca para um local mais amplo. Desde então a unidade se encontra no Centro Cultural Marieta Telles Machado, na Praça Cívica.
A gibiteca possui ação itinerante junto a escolas da periferia de Goiânia e região metropolitana. Em 2020, a Secult Goiás plotou uma van e a adaptou como uma minibiblioteca com objetivo de ampliar o alcance do projeto. (Com informações da Secult)
NOTA DE PESAR
Foi com pesar que eu e minha esposa Karolyna de Freitas recebemos a informação da morte do cartunista Jorge Braga nesta terça-feira (1º/7). O artista, que chegou à cidade na década de 70, é considerado um dos principais ilustradores do Brasil.
Suas charges estamparam os principais jornais de Goiás e são dele os conhecidos personagens Super Badião (vendedor de pequi da Praça do Bandeirante), Romãozinho (alter-ego de sua infância) e Perebão (herói tipicamente brasileiro que luta contra o crime e contra o sistema), além de incontáveis charges sobre os mais diversos assuntos. Seu nome foi eternizado na Gibiteca Jorge Braga, que há mais de 30 anos é referência de incentivo à leitura em quadrinhos.
Neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares e amigos de Jorge Braga e rogamos a Deus que conforte os corações de todos.
Sandro Mabel e Karolyna de Freitas
Prefeito e primeira-dama de Goiânia
NOTA DE PESAR
Gracinha e eu lamentamos profundamente a morte de Jorge Braga, ocorrida nesta terça-feira (1º/7).
Muito se pode dizer de Jorge Braga. Que foi chargista, ilustrador, cartunista, cronista, jornalista, ativista cultural. Digo que foi sobretudo um artista que, como poucos, retratou com humor e crítica refinados os principais acontecimentos das últimas cinco décadas; da política ao esporte, passando pela cultura e comportamento. E não só em Goiás.
Durante a maior parte da sua carreira emprestou seu talento e sua sagacidade ao jornal O Popular, onde diariamente nos informava e divertia. Nos últimos meses estava afastado do jornal para cuidar da saúde e já fazia falta. Vai continuar fazendo falta.
Embora não fosse goiano de nascimento (era natural de Patos de Minas), Jorge Braga há muito se consolidou como uma das maiores personalidades culturais da história de Goiás. Ainda em 1994 foi justamente homenageado com a criação da Gibiteca Jorge Braga, no Centro Cultural Marietta Telles Machado, mantida pelo Governo de Goiás. Fica aqui meu compromisso de continuar cuidando deste importante equipamento cultural para que sua memória seja sempre honrada.
Deixo aqui também a minha solidariedade e meu abraço fraterno aos familiares, amigos e colegas de profissão. Que Deus conforte os corações de todos.
Ronaldo Caiado
Governador de Goiás