O deputado federal Gustavo Gayer (PL) marcou presença ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (29), no segundo ato realizado na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, neste ano. Em seu discurso, feito em inglês, o parlamentar goiano disse que o Brasil estaria “à beira de se tornar uma ditadura” e afirmou que Bolsonaro é o líder capaz de devolver a liberdade ao país. Veja na íntegra no perfil do Instagram do parlamentar.
Gayer, que já havia usado o recurso de discursar em inglês em outras ocasiões, pediu licença ao ex-presidente antes de iniciar sua fala em outra língua. Ele justificou o gesto dizendo que havia “muita gente fora do Brasil nos assistindo” e que a imprensa internacional acompanhava de perto a manifestação. Em tom crítico, afirmou que “nosso sistema judiciário é o maior risco para a nossa democracia” e conclamou apoiadores a não desistirem da luta pela liberdade.
“Somos o povo brasileiro que ama a liberdade. Estamos mais uma vez nas ruas para lutar por nossa liberdade. Nosso país está prestes a se tornar uma ditadura, mas este homem está lutando, este homem está dando a vida por todos nós”, declarou, apontando para Bolsonaro. Em inglês, disse ao mundo: “Understand what it’s happening here, because it will happen in your country” (“Entendam o que está acontecendo aqui, porque acontecerá no seu país”).
A cena ainda teve momentos de descontração. Bolsonaro interrompeu Gayer para brincar dizendo “I don’t speak in English” e depois adaptou o slogan de Donald Trump dizendo: “Make Brazil great again!”. Já Gayer respondeu com humor, mandando um “The book is on the table” para o público.
Esse foi o segundo grande ato de Bolsonaro na Paulista neste ano, com forte viés político-eleitoral. Apesar de inelegível até 2030 por decisão do TSE, o ex-presidente pediu aos apoiadores que o ajudem a eleger 50% da Câmara e do Senado em 2026. Ele criticou abertamente o inquérito no qual é réu no STF por suposta tentativa de golpe, chamando-o de “fumaça de golpe” e alegando que o objetivo seria não apenas prendê-lo, mas “eliminá-lo”.
O evento reuniu milhares de apoiadores, com faixas pedindo “justiça já” e protestando contra decisões do Supremo. Em seus discursos, tanto Bolsonaro quanto aliados como Gayer insistiram em acusações de perseguição política e prometeram seguir mobilizando a base conservadora para 2026, mesmo com o ex-presidente fora da disputa eleitoral direta.