Estudantes de escola pública de goiânia constroem relógio de sol em atividade interdisciplinar
Daniela Martins
Experimento milenar, o relógio de sol desafi ou a turma de 2º ano do Centro Educacional de Período Integral (Cepi) Juvenal José Pedroso, na Vila Pedroso, em Goiânia. Incentivados pelo professor Eduardo Calixto, 32 estudantes pesquisaram e reuniram saberes de trigonometria, latitude, longitude, história, física… para construir o objeto artesanal que demonstra as horas pela observação da luz solar e sombras. O trabalho foi desenvolvido no primeiro semestre.
semestre. “A disciplina base é a Matemática, com uso da trigonometria e do círculo trigonométrico, e há interdisciplinaridade com Geografia, História, Física, além do trabalho de tópicos contemporâneos, como a importância do tempo, de se saber usar bem o tempo”, pontua o professor Eduardo Calixto.
O professor, que leciona química e está há 20 anos na rede estadual, foi quem propôs o experimento. O projeto teve aprovação da direção pedagógica do Cepi e se tornou exemplo de iniciativas que despertam interesse e ganham a participação dos alunos.
“Eles gostam tanto que também trazem ideias assim para a sala de aula”, observa. Ações pedagógicas, práticas e interdisciplinares são importantes para o ensino-aprendizagem e têm conquistado cada vez mais espaço nas escolas da rede estadual, sempre com respeito ao conteúdo programático a ser cumprido.
“Projetos com objetivos claros e bem avaliados têm levado a uma potente assimilação do conteúdo”, ressalta o professor Eduardo Calixto.

Foto: Divulgação
Os resultados alcançados com o experimento do relógio de sol foram surpreendentes, tanto na visão dos estudantes quanto do professor. Os alunos abraçaram a ideia, explica Eduardo Calixto, e produziram trabalhos maravilhosos. Muitos dos relógios de sol eram idênticos visualmente, mas um aluno procurou o professor para falar sobre estética. E inovou: fez um relógio de madeira.
“Ele cortou um tronco de árvore e ficou belíssimo o trabalho. A criatividade humana sempre surpreende”, observa. As alunas Ádria Nathiely e Jéssica Gentil ficaram orgulhosas do trabalho que fizeram.
“A experiência foi ótima, envolve prática com teoria. O experimento desperta nossa curiosidade sobre astronomia e a história do relógio de sol”, afirmou Ádria.
“Sem contar que é muito bonito. Pode ser usado como decoração”, completa Jéssica

Aprendizado com a prática
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esportes (Seduce), atividades interdisciplinares fazem parte da metodologia das Escolas de Tempo Integral. No Cepi Juvenal José Pedroso, por exemplo, são desenvolvidos vários projetos práticos. A diretora da unidade, Divina Eterna Correia Rocha, cita alguns exemplos das disciplinas de Espanhol, História e Literatura.
No ensino de Espanhol, os alunos são estimulados a aprender o idioma, história e cultura com a realização de uma feira de comidas típicas dos países hispânicos. Os próprios estudantes cuidam da produção gastronômica.

As aulas de História para a turma de 2º ano do Ensino Médio são, literalmente, uma viagem. Dentro do projeto “Tratos e Retratos de Goiás”, os professores trabalham fatos históricos do Estado, desde a chegada dos Bandeirantes, e o Cepi promove uma visita exploratória à cidade de Goiás, primeira capital goiana. Já no estudo de Literatura, os jovens são estimulados a encenar o que aprendem nos livros.
“Os estudantes gostam e recebem as atividades diversificadas com boa vontade em praticar”, comemora a diretora Divina Eterna. Do ponto de vista pedagógico, ela explica que é um trabalho produtivo, com ótimo rendimento de aprendizagem.
A diretora considera que a escola precisa ser prazerosa, principalmente a de Tempo Integral, onde o aluno permanece nove horas por dia.
O Cepi precisa ter leveza, ser um espaço de aprendizagem prazeroso, com alegria. Com os projetos interdisciplinares há um envolvimento maior dos alunos com a escola, envolvimento até de familiares, que são convidados para ir assistir às apresentações”, assegura.