Em meio à movimentação da direita por um nome competitivo para a disputa presidencial de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), jogou um balde de água fria nas especulações sobre sua candidatura ao Palácio do Planalto. Nesta terça-feira (8), durante o 11º Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco BBI, o governador afirmou que não pretende deixar o governo paulista para disputar a Presidência da República.
“Quero ficar em São Paulo, Estado que me abraçou. Estou focado em São Paulo. Quero ajudar a fortalecer uma candidatura de direita, seja com Bolsonaro ou outro candidato”, declarou.
A fala de Tarcísio foi recebida como uma boa notícia nos bastidores da pré-campanha do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que lançou oficialmente sua pré-candidatura ao Planalto na última semana, em Salvador (BA). Embora evite confronto direto com o ex-ministro da Infraestrutura, aliados de Caiado sempre viram na figura de Tarcísio um potencial concorrente pelo mesmo espaço no espectro conservador — especialmente entre eleitores bolsonaristas e setores econômicos mais à direita.
Com Tarcísio fora do jogo (ao menos por ora), Caiado ganha fôlego para tentar consolidar-se como a principal alternativa da direita tradicional, diante da indefinição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível e evita anunciar um sucessor.
Nos últimos dias, Caiado também tem recebido apoios públicos de deputados e dirigentes de outros partidos, como Otoni de Paula (MDB-RJ) e Paulinho da Força (Solidariedade), e iniciou uma movimentação para ampliar sua presença nacional, com agendas previstas no Norte e Nordeste.
A declaração de Tarcísio ainda não altera completamente o tabuleiro, mas abre espaço político para que nomes como Caiado e Romeu Zema (Novo) avancem na articulação de uma candidatura viável fora da sombra direta de Bolsonaro.