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Cerca de 40 escolas particulares de Goiânia fecharam durante a pandemia


Avatar Por Redação em 26/08/2021 - 00:00

Por Fabiola Rodrigues

Com a pandemia de Covid-19, cerca de 30% das quase mil escolas particulares em Goiás fecharam as portas. Em Goiânia, 40 escolas deixaram de funcionar, segundo o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos das Escolas Particulares de Goiânia (Sepe-GO), Flávio Roberto. A Educação Infantil e o Ensino Fundamental, na fase da Educação Básica, foram os mais afetados pela crise sanitária. “Por vários fatores os pais tiraram os filhos da escola particular, seja por questão financeira ou por medo da Covid, insegurança”, relata.

Segundo o presidente da entidade, na capital, o maior índice de escolas fechadas se concentra na Educação Infantil, que atende crianças de zero a 6 anos de idade. De acordo com ele, o fechamento das escolas ocorreu principalmente em razão das aulas exclusivamente on-line, modelo adotado no período mais crítico da pandemia. “Muitos pais não conseguiram dar auxílio para as crianças por causa do trabalho”.

Atualmente, há em Goiânia quase 500 escolas particulares e, em sua maioria, voltadas para essa fase da educação. Flávio Roberto diz que, além das escolas que fecharam, boa parte sofreu redução na quantidade de alunos, chegando a um percentual de até 40%. Ele afirma que muitas escolas estão funcionando com dificuldade e que, provavelmente, ainda podem fechar as portas.

Flávio Roberto estima que os reflexos da pandemia na educação, e principalmente para as crianças e adolescentes, vão ser sentidos por muito tempo. “O ensino remoto não tem o mesmo sucesso que o presencial. A criança necessita da convivência, não que nas outras fases não precise, mas essa é a fase do brincar, do aprender, do socializar, e esse impacto foi muito grande”, explica.

O fechamento das escolas particulares não teve muito reflexo nas matrículas nas redes municipal e estadual de ensino, segundo o presidente. Segundo ele, houve pouca migração de alunos para as escolas públicas, porque elas também estavam sem aulas presenciais. “Alguns pais optaram por deixar a criança em casa e contratar uma pessoa que a acompanhasse nos estudos”, esclarece o presidente.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Goiás (Sinepe-GO), Adhemar Amo­rim, relata que, durante a pandemia, o que se percebeu é que as escolas particulares que já estavam em uma situação mais crítica fecharam. Corroborando com Flávio Roberto, ele informa que a maioria das escolas que paralisaram as atividades era da Educação Infantil. Segundo ele, as escolas de Ensino Médio sobreviveram e estão conseguindo se manter melhor do que as outras duas fases iniciais do ensino.

“Não temos clareza dos dados porque vamos começar as pesquisas agora para saber a realidade referente à situação da pandemia, mas tivemos muito impacto na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Essas faixas etárias sofrem os reflexos até hoje”, revela Adhemar Amorim.

Atualmente, há quase mil escolas particulares em Goiás e cerca de 50% da demanda dessas unidades são direcionadas para as crianças das fases iniciais de ensino. Segundo Amorim, o impacto do fechamento das escolas, principalmente no interior do estado, é maior do que na capital, porque as opções de escolas particulares são menores. De acordo com ele, o maior impacto do fechamento é sentido pelas crianças que necessitam de cuidados especiais, haja vista que os pais buscam essas escolas para seus filhos na expectativa de eles serem melhor assistidos.

Um terço das matrículas foi perdido

As escolas particulares perderam, com a pandemia, cerca de um terço das matrículas em todo o país, de acordo com relatório produzido pelo Grupo Rabbit, consultoria de gestão escolar. As instituições mais afetadas foram as de pequeno e médio porte, com até 180 alunos.

A estimativa é baseada nos dados do Censo Escolar de 2018 e em pesquisa feita com mais de 1,2 mil escolas em todo o Brasil entre setembro de 2020 e março de 2021. Ao todo, estima-se que 2,7 milhões de estudantes tenham deixado as escolas privadas, o que representa 34% dos alunos dessas instituições de ensino.

As escolas mais afetadas foram aquelas de pequeno e médio porte, com até 180 alunos, que compõem a maior fatia do mercado. Elas chegaram a perder de 38% a 41% de suas matrículas, respectivamente, de acordo com o relatório. Já aquelas com mais de 550 alunos foram proporcionalmente menos prejudicadas, conseguindo reter cerca de 80% das matrículas.

A estimativa é que cerca de um terço dos estudantes que deixaram as instituições particulares tenham migrado para escolas públicas. Outros dois terços permanecem sem perspectiva de estudo, sendo a maioria, mais jovem.

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