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Férias: ficar em casa também exige cuidados

As férias escolares são sinônimo de descanso e lazer, mas também trazem riscos e desafios emocionais para crianças e pais


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 04/07/2025 - 09:38

foto: Divulgação

Julho é mês de férias escolares e muitas crianças passam esse período em casa, uma vez que viajar nem sempre é uma opção. Ana Cláudia Carvalho é coordenadora do curso de Psicologia da Estácio e explica que, mesmo em casa, é preciso manter certos cuidados com segurança física e emocional das crianças.

Seja na supervisão em atividades na cozinha ou na piscina, na atenção em relação a redes sociais e jogos eletrônicos, ou mesmo acerca do tédio e ansiedade que rondam esse período, crianças requerem cuidado mais intenso nas férias. “A quebra da rotina pode gerar agitação ou tédio nos pequenos, especialmente quando não há uma estrutura mínima de atividades e vínculos afetivos”, afirma.

Atenção para os riscos em casa

Tomadas elétricas, produtos químicos e medicamentos merecem atenção especial. Proteja as tomadas com os tampões específicos e mantenha produtos de limpeza e medicamentos fora do alcance das crianças.

Os afogamentos também são um risco. Nunca deixe uma criança sozinha perto de piscinas, lagos ou praias. Mantenha controle rigoroso do acesso à área da piscina, instale grades e telas de proteção. Boias de braço e brinquedos infláveis não garantem segurança contra afogamentos. Por fim, incentive seu filho ou filha a aprender a nadar; mantenha o diálogo e a conscientização sobre os perigos domésticos.

Durante as férias, muitas crianças e adolescentes passam horas livres no celular, em jogos online ou redes sociais. Esse acesso sem supervisão pode expô-los a riscos graves. Golpes como phishing, falsos sorteios e desafios perigosos são comuns, além do contato com criminosos que se escondem em chats e perfis falsos. Muitos jogos incentivam compras impulsivas ou compartilhamento de dados pessoais, enquanto redes sociais podem facilitar o cyberbullying e a exposição a conteúdos inadequados.

Para evitar que sejam vítimas digitais, é importante conversar com os filhos, estabelecer limites e monitorar suas atividades online.

Para os pais, conciliar trabalho e cuidados pode provocar culpa ou sobrecarga. Por isso, é importante manter uma escuta atenta às necessidades emocionais das crianças, oferecendo presença, afeto e momentos de qualidade juntos. “Mais do que preencher o tempo com atividades, é essencial cultivar conexões que promovam segurança emocional e bem-estar familiar”, continua. Muitas vezes, os desajustes emocionais não são claramente percebidos.

Para tornar esse período mais tranquilo, a psicóloga dá dicas para fortalecer o vínculo emocional nas férias:

  • Inclua as crianças nas decisões – Pergunte o que elas gostariam de fazer, crie uma “caixinha de ideias” com sugestões simples e escolham juntos. Isso traz senso de pertencimento.
  • Crie pequenos rituais – Pode ser o “dia da pipoca”, café da manhã especial no fim de semana ou leitura antes de dormir. Esses momentos repetidos criam memórias afetivas poderosas.
  • Esteja presente de verdade – Mesmo que por pouco tempo, ofereça atenção total. Desligue o celular, olhe nos olhos e entre no mundo da criança.
  • Valorize o tédio criativo – Não ter programação o tempo todo também é importante. Ajuda a criança a exercitar a imaginação e a autonomia.
  • Cuide de você também – Pais sobrecarregados têm mais dificuldade de se conectar. Tire pequenos momentos para recarregar sua energia — isso não é egoísmo, é cuidado emocional.
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